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segunda-feira, 6 de agosto de 2018

O CREDO APOSTÓLICO – CREIO E CONFESSO

O Credo Apostólico é o mais conhecido dos credos. É um breve resumo da fé cristã, está de acordo com a Palavra de Deus, e é aceito desde a antiguidade pelas igrejas de Cristo.
É usado hoje como expressão maior da fé cristã e o seu propósito é expressar as verdades bíblicas essenciais.
Nunca a Igreja precisou tanto do Credo como hoje. Com tanta confusão religiosa e doutrinária, a igreja precisa confessar, ensinar e defender aquilo em que acredita, tendo como base a Bíblia Sagrada, única regra de fé e prática.
Conhecer um pouco da importância que tem os credos, especialmente o “Credo apostólico” é interessante para que se possa entender que a fé possui um conteúdo, que precisa ser confessado.
Creio que estamos vivendo o momento previsto por Paulo: Tempo em que não suportarão a sã doutrina e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas (2Tm 4.3,4). A solução bíblica para este problema é a pregação da Palavra de Deus, a sã doutrina. E uma das maneiras em que a sã doutrina está sistematizada e pode ser estudada e pregada é através dos credos elaborados pela Igreja Cristã através da História.
O Credo dos Apóstolos continua a ser usado hoje como expressão maior da fé cristã. Neste trimestre iremos utilizá-lo como esboço para o ensino doutrinário:
Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra.
Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao Hades; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao céu; está sentado à mão direita de Deus Pai, Todo-Poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo; na santa igreja universal; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amém.
QUE SÃO OS CREDOS
A palavra Credo é do latim "credo", que denota uma postura ativa de "eu creio". Eu creio, logo, eu confesso (Credo, ergo confiteor). A origem do credo está na natureza do crente. Segundo o ensinamento de Jesus Cristo, registrado nos Evangelhos (Novo Testamento), a pessoa que desejasse segui-lo deveria assumir um compromisso público. A confissão pública de fé e o batismo com água marcavam o início da vida cristã do seguidor de Jesus. Veja o exemplo nos versículos seguintes:
"Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está no céu" (Mateus 10.32).
"Quem crer e for batizado será salvo" (Marcos 16.16).
Na Igreja Cristã primitiva, da experiência de fé do crente, o credo passou a ser uma fórmula fixa que resumia os artigos essenciais da religião cristã, sempre com a sanção de uma autoridade eclesiástica. O propósito dos credos sempre foi o de expressar verdades bíblicas essenciais. Os credos tiveram sempre quatro funções:
Confissão de fé recitada pelo fiel na hora do batismo (Rm 10.9,10).
Após o batismo servia como roteiro para a instrução catequética na doutrina cristã.
Com o surgimento de tantas heresias, o credo tornou-se como uma chave para a compreensão correta da Bíblia.
Durante o ato de culto, o credo pas­sou a ser recitado como uma expressão de adoração a Deus.
Os credos mais importantes da Igreja Cristã, elaborados e aprovados nos primeiros séculos são: Credo Apostólico, Credo Atanasiano, Credo Niceno-Constantinopolitano e Credo de Calcedônia. Estes são eclesiasticamente chamados de "Credos Ecumênicos", pois ex­pressaram o pensamento doutrinário da Igreja Primitiva como um todo, nos primeiros cinco séculos da era cristã. Também porque receberam a sanção de concílios eclesiásticos e ecumênicos da Igreja Cristã: Niceia (325 d.C.), Constantinopla (381 d.C.), Éfeso (431 d.C.) e Calcedônia (451 d.C.).
O CREDO APOSTÓLICO
O Credo Apostólico tem a sua origem no Credo Romano Antigo (Século II), sendo modificado através dos séculos por algumas injunções doutrinárias, chegando à sua forma atual, por volta do sétimo século.
Observe que a sua estrutura é trinitária, ou seja, é uma confissão de fé na
Trindade Divina. Em primeiro lugar, é afirmada a fé em Deus Pai, Todo-Poderoso e Criador. Mas a parte essencial é a confissão a respeito de Jesus Cristo, único Filho de Deus e Senhor nosso, com destaque aos eventos da sua concepção, nascimento, sofrimento, crucificação, ressurreição, ascensão, exaltação e juízo final.
Quando o Credo Apostólico afirma a realidade da humanidade e a historicidade de Jesus, o objetivo é combater os argumentos dos marcionistas e docéticos, os quais afirmavam que Jesus não foi uma pessoa plenamente humana. Por outro lado, ao afirmar a concepção de Jesus como obra do Espírito Santo por meio da virgem Maria e a sua exaltação após a ressurreição, o objetivo é reafirmar a divindade de Jesus Cristo. Jesus Cristo era verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem.
A última parte declara a fé na pessoa do Espírito Santo e na santa igreja universal, na comunhão dos santos, no perdão dos pecados, na ressurreição do corpo e na vida eterna.
A NECESSIDADE DO CREDO
Geralmente, nos movimentos religiosos marcados pelo misticismo, os fiéis se reúnem em torno de pessoas ou de um líder maior. Quando o líder fracassa, o movimento chega ao fim. Leia os argumentos de Gamaliel (At 5.33-39).
A Igreja de Jesus Cristo tem como característica principal a confessionalidade, ou seja, não se reúne em torno de pessoas, mas de doutrinas. As pessoas passam, mas as verdades de Deus permanecem. Na Igreja Primitiva, os cris­tãos "perseveravam na doutrina dos apóstolos" (At 2.42). Os apóstolos morreram, mas a Igreja continua ensinando e vivendo as suas doutrinas (Ef 2.19,20). O conteúdo da doutrina dos apóstolos foi fornecido por Jesus Cristo (Jo 7.17; 1Co 11.23; 1 Jo 1.1-6; 2Pe 1.17-21). Jesus Cristo é o "espírito da profecia" e reunir- se em torno de Jesus é reunir-se em torno da sua Palavra. Ele vive e a sua Palavra permanece para sempre!
Nunca a Igreja precisou tanto do Credo como hoje. Com tanta confusão religiosa e doutrinária, a Igreja precisa confessar, ensinar e defender aquilo em que ela acredita. O pluralismo, o relativismo, o subjetivismo, o pragmatismo e o mundanismo se têm infiltrado na Igreja de forma avassaladora e impiedosa. Precisamos resistir à secularização da Igreja, à profanação do sagrado (Fp 1.27; Jd 3; 2 Pe 3.16). A pureza doutrinária é vital à sobrevivência da Igreja.
CONCLUSÃO
Philip Melanchton, grande reformador do século 16 disse: Nenhuma fé é firme se não é mostrada em confissão. Não pode existir uma fé verdadeira em Deus que não se expresse por meio de uma formulação doutrinária. Creio, logo confesso.
É importante frisar que a autoridade dos credos não é absoluta e infalível. A Bíblia é a única regra infalível e absoluta de fé e prática do cristão. Como o Credo é uma formulação humana, a sua autoridade é secundária e derivada da Bíblia.
PARA DISCUTIR
1.  Qual o valor do Credo Apostólico para a Igreja hoje?
2.  Existe alguma base bíblica para a formulação dos credos?
3.  O que significa a expressão "lutar juntos pela fé evangélica" (Fp 1.27)?

A fonte desse conteúdo é a lição 1  da Revista para EBD produzida pela Z3 editora Ltda. Vendas pelo site: www.z3ideias.com.br – Santa Barbara do oeste/SP

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