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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

ESBOÇO EM DEFESA DE UMA ESCATOLOGIA AMILENISTA

INTRODUÇÃO

Diante do quadro que hoje se apresenta, no que diz respeito à interpretação do livro de Apocalipse, principalmente com relação às diversas correntes escatológicas que foram desenvolvidas neste último século, entendemos a necessidade de uma pesquisa teológico-filosófica disposta a analisar a escatologia contemporânea, a partir do livro de Apocalipse, com uma ênfase na questão dos conceitos do milênio e suas correntes de pensamento.
O objetivo desse trabalho é mostrar o significado do termo Amilenismo, bem como o cerne de suas principais doutrinas e argumentações propostas para apoiá-las, seus principais defensores e suas implicações na teologia atual, bem como os aspectos negativos e positivos de cada uma delas.

I.     O AMILENISMO
1.1    A APLICAÇÃO E SIGNIFICAÇÃO DO TERMO.
Normalmente costuma-se criticar o amilenismo por acharem que ele é demasiadamente negativo, aplicando seus esforços principalmente em fazer oposição aos sistemas escatológicos de que discorda. Deixando de lado a questão de se esta crítica é verdadeira ou falsa, este trabalho pretende mostrar algumas afirmações positivas feitas por teólogos amilenistas.
O termo amilenismo não é muito apropriado ou adequado, pois sugere que os amilenistas não crêem em qualquer tipo de milênio ou simplesmente ignoram os seis primeiros versos de Apocalipse 20, que falam de um reino milenar. Nenhuma destas duas afirmações é verdadeira, afirma Hoekema.[1] Apesar de ser verdade que os amilenistas não creem em um reino terreno literal de mil anos que se seguirá ao retorno de Cristo, o termo amilenismo não é uma descrição precisa do seu ponto de vista.
Alguns substituem o termo amilenismo pela expressão milenismo realizado, que com certeza, descreve a posição “amilenista” de forma mais precisa que o termo mais comum, já que os “amilenistas” creem que o milênio de Apocalipse 20 não é exclusivamente futuro, mas está hoje em processo de realização. Porém, apesar de limitado utilizaremos o termo mais comum, amilenismo.

1.2 A HISTÓRIA DO AMILENISMO
Alguns têm achado elementos amilenistas bem cedo na história da Igreja Cristã. Erickson afirma que "na Epístola de Barnabé, um tipo muito primitivo de escatologia amilenista"[2] pode ser percebido. O amilenismo tem estado presente, numa forma nem sempre diferenciada do pós-milenismo, durante longos períodos da história da Igreja.
Ainda que não tenha havido nenhum amilenismo radical nos primeiros séculos da Igreja, elementos amilenistas, no mínimo, provavelmente estavam presentes. Foi Agostinho, porém, aquele que sistematizou e desenvolveu a abordagem; o argumento mais significante que Agostinho fez é que o milênio não é primariamente temporal nem cronológico, seu significado, pelo contrário, se acha naquilo a que simboliza; Esta tradição continuou na Igreja nas vertentes católicas e protestantes até o século dezenove, quando o pós-milenismo foi desenvolvido pela primeira vez de modo total e abrangente se separando do amilenismo.
Com o declínio do pós-milenismo durante o século vinte, números consideráveis de pós-milenistas anteriores acharam necessário ajustar sua escatologia. Porque o pré-milenismo representava uma alteração por demais radical, a maioria optou pelo amilenismo. O surto do amilenismo, portanto, pode ser relacionado com os eventos que precipitaram a crise para o pós-milenismo. Para alguns, era claramente uma mudança de doutrina, para outros, era simplesmente adotar uma posição sobre um ponto-de-vista a respeito do qual não tinham tomado posição antes.
Para o teólogo Louis Berkhof, há um grande número de pensadores que não creem que a Bíblia autoriza a expectação de um milênio, sendo costume falar deles como amilenistas. Esse sempre foi o conceito mais amplamente aceito, e é o único que vem expresso ou implícito nas grandes confissões históricas da igreja, e sempre foi o conceito predominante nos círculos reformados.[3] Atualmente, na sua grande maioria, os conservadores dos grupos reformadores históricos são amilenistas (Presbiterianos e outros).
Segundo Franklin Ferreira, o amilenismo tem sido defendido por homens como Hipólito de Roma, Agostinho de Hipona, Martinho Lutero, Filipe Melanchton, João Calvino, Richard Baxter. E entre os pregadores e teólogos contemporâneos que afirmam esta posição estão: Jay Adans, Louis Berkhof, J. I. Packer, John R. W. Stott, D. M. Lloyd-Jones, William Hendriksen, Abrham Kuyper, Herman Bavinck, R. C. Sproul, Leon Morris e Anthony Hoekema.[4]

1.3 A ESCATOLOGIA AMILENISTA
Este esboço cobrirá duas áreas da escatologia amilenista: A escatologia inaugurada - Aspecto da escatologia que já é presente hoje, na era do Evangelho e a escatologia futura.
1.3.1 A Escatologia Inaugurada:
A) Cristo conquistou a vitória decisiva sobre o pecado, a morte e Satanás. O dia mais importante na História, portanto, não é a Segunda Vinda de Cristo, que é ainda futura, mas a primeira vinda, que ocorreu no passado;
B)  O Reino de Deus é ao mesmo tempo presente e futuro. Os amilenistas não creem que o reino de Deus seja primeiramente um reino judeu envolvendo a restauração de forma literal do trono de Davi. E também não crêem que por causa da descrença dos judeus de sua época Cristo tenha adiado o estabelecimento do reino para a época de seu reino futuro no milênio, na Terra. Os amilenistas creem que o reino de Deus foi fundado por Cristo na época de sua peregrinação na Terra, está operante hoje na história e destina-se a ser revelado em sua plenitude no porvir;
C)  Apesar de o último dia ser ainda futuro, estamos hoje nos últimos dias. Os amilenistas entendem a expressão "últimos dias" não meramente como referência à época imediatamente anterior à volta de Cristo, mas como uma descrição do tempo entre a primeira e a segunda vinda de Cristo;
D) No que concerne aos mil anos de Apocalipse 20, estamos hoje no milênio. A posição amilenista sobre os mil anos de Apocalipse 20 implica em que os cristãos que vivem hoje estão gozando os benefícios do milênio, pois Satanás foi preso - estar preso não significa que não esteja ativo – por todo este período ele não pode enganar as nações e nem impedir a propagação do Evangelho e das missões. Uma segunda implicação é que durante este período de mil anos as almas dos crentes que morreram estão já vivendo e reinando com Cristo no Céu enquanto esperam a ressurreição do corpo.

1.3.2 A Escatologia Futura:
A) Os "sinais dos tempos" aplicam-se tanto ao presente quanto ao futuro. Os amilenista creem que a volta de Cristo será precedida de certos sinais, porém, estes sinais não devem ser encarados como se referissem exclusivamente a época logo antes da volta de Cristo. Eles têm estado presentes de alguma maneira desde o princípio da era Cristã;
B)  A segunda vinda de Cristo será um único evento. Os amilenistas não encontram base bíblica para a divisão que os dispensacionalistas fazem da segunda vinda em duas etapas, com um período de sete anos. Compreendem a volta de Cristo como um evento único;
C)  Na volta de Cristo haverá uma ressurreição geral tanto de crentes quanto de não crentes;
D) Após a ressurreição, os crentes ainda vivos serão repentinamente transformados e glorificados. A base deste ensino é o que Paulo diz em 1Co 15.51,52;
E)  Acontece então o "arrebatamento" de todos os crentes. Os crentes que acabaram de ressuscitar dos mortos, juntamente com os crentes ainda vivos que acabaram de ser transformados, serão agora arrebatados entre nuvens para o encontro com do Senhor nos ares (1Ts 4:17);
F)   Segue-se o juízo final. Enquanto os dispensacionalistas costuma ensinar que haverá pelo menos três julgamentos distintos, os amilenistas discordam. Eles veem evidências escriturísticas apenas para um único Dia do juízo, que ocorrerá na segunda volta de Cristo. Todos os homens comparecerão então perante o trono de julgamento de Cristo;
G) Após o julgamento é introduzido o estado final. Os incrédulos e todos aqueles que rejeitaram a cristo passarão a eternidade no inferno, enquanto os crentes entrarão na glória eterna na nova terra.

1.4 ASPECTOS DO AMILENISMO
Ao examinarmos as características do Amilenismo percebemos algumas semelhanças com o pós-milenismo e total discordância com o pré-milenismo. Isto gera alguns aspectos, tanto positivos, como negativos.

1.4.1 Pontos Positivos:
Do lado positivo, o amilenismo reconhece que a profecia e escatologia bíblicas fazem uso de grande quantidade de simbolismo. Os amilenistas, de modo geral, tem procurado levar a sério a natureza da literatura bíblica e tem perguntado o que esta sendo transmitido dentro daquele meio ambiente cultural, reconhecendo que o simbolismo pode estar presente e operante ainda quando não é obvio.
Em segundo lugar, o amilenismo tem procurado fazer exegese séria das passagens bíblicas relevantes, como Daniel 6 e Apocalipse 20.
E por fim, o amilenismo, tem uma filosofia realista da história.

1.4.2 Pontos Negativos:
As maiores dificuldades do amilenismo se concentram na interpretação das duas ressurreições e um pessimismo sobre as condições da humanidade que antecedem a segunda vinda de Cristo.
A interpretação convencional amilenista é que há dois tipos diferentes de ressurreição, uma ressurreição espiritual e uma física, respectivamente. Mediante um exame pormenorizado, no entanto, pergunta-se se isto cria uma distinção onde não existe nenhuma.
O segundo e último aspecto negativo é que os amilenistas passam um pessimismo exagerado quando não acreditam num crescimento da justiça em escala mundial, um período de paz para humanidade e nem que a evangelização será bem sucedida como um sinal para a volta de Cristo. Cristo voltará, mas não necessariamente estes episódios terão que anteceder sua volta.

1.5 ARGUMENTOS A FAVOR DO AMILENISMO
1. Os amilenistas entendem Apocalipse 20:1-6, referindo-se a presente era da igreja. A passagem é esta:
E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e o amarrou por mil anos. Lançou-o no abismo, o qual fechou e selou sobre ele, para que não enganasse mais as nações até que os mil anos se completassem. Depois disto é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo. Então vi uns tronos; e aos que se assentaram sobre eles foi dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na fronte nem nas mãos; e reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se completassem. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele durante os mil anos.
De acordo com a interpretação amilenista[5], a prisão de Satanás nos versículos 1 e 2 é a prisão que ocorreu durante o ministério terreno de Jesus. Ele falou sobre amarrar o valente a fim de poder saquear a casa (Mt 12.29 - "Ou, como pode alguém entrar na casa do valente, e roubar-lhe os bens, se primeiro não amarrar o valente? e então lhe saquear a casa") e disse que o Espírito de Deus estava presente naquele tempo em poder para triunfar sobre as forças demoníacas: "Mas se é pelo Espírito de Deus que eu expulso demônios, então chegou a vocês o Reino de Deus" (Mateus 12.28). Semelhantemente, com respeito à destruição do poder de Satanás, Jesus disse durante o Seu ministério: "Eu vi Satanás caindo do céu como relâmpago" (Lucas 10.18).
O amilenista argumenta que essa prisão de Satanás em Apocalipse 20:1-3 tem um propósito específico: "para assim impedi-lo de enganar as nações" (v. 3). Isso, então, é o que aconteceu quando Jesus veio e o evangelho começou a ser proclamado não simplesmente aos judeus, mas, após o Pentecostes, a todas as nações do mundo. De fato, a atividade missionária mundial da igreja e a presença da igreja na maioria das nações do mundo ou em todas elas mostra que o poder que Satanás tinha no Antigo Testamento de “enganar as nações” e mantê-las nas trevas acabou.
Na visão amilenista, argumenta-se que, como João viu as “almas” e não os corpos físicos no versículo 4, essa cena deve estar ocorrendo no céu. Quando o texto diz que “eles ressuscitaram”, não quer dizer que ressuscitaram fisicamente. Isso possivelmente significa que eles simplesmente “viveram”, já que o verbo no aoristo ezesan pode facilmente ser interpretado como a afirmação de um evento que ocorreu por um longo período de tempo. Alguns intérpretes amilenistas, no entanto, tomam o verbo ezesan como significando que “eles vieram à vida” no sentido de vir a uma existência celestial na presença de Cristo e começar a reinar com Ele do céu.
Conforme essa visão, a expressão “primeira ressurreição” (v. 5) refere-se a ir para o céu para estar com o Senhor. Essa não é uma ressurreição corporal, mas uma ida à presença do Senhor no céu. De modo semelhante, quando o versículo 5 diz que "o restante dos mortos não voltou a viver até se completarem os mil anos", isso é entendido como se eles não tivessem vindo à presença de Deus para juízo até o final dos mil anos. Assim, tanto no versículo 4 quanto no 5, a expressão “voltou a viver” significa ir para a presença de Deus. (Outra posição amilenista da “primeira ressurreição” é a que se refere à ressurreição de Cristo e à participação dos crentes na ressurreição de Cristo por meio da união com Ele).
2. O segundo argumento muitas vezes propostos em favor do amilenismo é o fato de que a Escritura ensina somente uma ressurreição, tanto os crentes como os descrentes serão levantados da morte, não duas ressurreições (a ressurreição de crentes antes de o milênio começar e a ressurreição de descrentes para o juízo após o fim do milênio).
Evidência a favor de uma única ressurreição é encontrada em versículos como João 5.28-29, nos quais Jesus diz: "Não fiquem admirados com isto, pois está chegando a hora em que todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão; os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, e os que fizeram o mal ressuscitarão para serem condenados". Aqui Jesus fala de uma única “hora” em que tantos crentes como descrentes mortos sairão de suas tumbas (ver também Daniel 12:2; Atos 24.15).
3. A ideia de crentes glorificados e de pecadores vivendo na terra juntos é muito difícil de aceitar. Berkhof diz:
É impossível entender como uma parte da velha terra e da humanidade pecadora poderá coexistir com uma parte da nova terra e de uma humanidade já glorificada. Como poderão os santos em corpos glorificados ter comunhão com pecadores na carne? Como poderão os santos glorificados viver nesta atmosfera sobrecarregada de pecado e em cenário de morte e decadência? [6]
4. Em conclusão, os amilenistas dizem que a Escritura parece indicar que todos os eventos mais importantes que ainda estão por acontecer antes do estado eterno ocorrerão de uma só vez. Cristo vai retornar, haverá uma só ressurreição de crentes e descrentes, o juízo final acontecerá, e o novo céu e a nova terra serão estabelecidos. Então, entraremos imediatamente para o estado eterno, sem qualquer milênio futuro.

BIBLIOGRAFIA

CLOUSE, Robert G. Milênio - significado e interpretações, Trad. Glauber Meyer Pinto Ribeiro, Campinas: Luz Para o Caminho.
ERICKSON. Millard J., Opções contemporâneas na escatologia - um estudo do milênio. Trad. Gordon Chown, São Paulo: Vida Nova, 1991.
BERKHOF, Teologia Sistemática, 3. Ed. revisada, trad. Odair Olivetti, São Paulo: cultura Cristã, 2007.
FERREIRA, Franklin, MYATT, Alan, Teologia Sistemática, São Paulo: Vida Nova, 2007.

Obs.: o presente trabalho de pesquisa foi apresentado na disciplina “Teologia Sistemática” do profº Moisés Bezerril, STNe, tendo sido organizado pelos seminaristas José Francisco e Luiz Ferreira (4º ano) a partir de materiais retirados dos sites www.monergismo.com e http://www.amilenismo.com/, a quem nós agradecemos de coração.

[1] CLOUSE, Milênio - significado e interpretações. Trad. Glauber Meyer Pinto Ribeiro. Campinas: Luz Para o Caminho, p. 202.
[2] ERICKSON, Opções contemporâneas na escatologia - um estudo do milênio. Vida Nova, p. 170.
[3] BERKHOF, Teologia Sistemática, p. 653.
[4] FERREIRA, Teologia Sistemática, p. 1103.
[5] Segue-se aqui a discussão de Hoekema, na obra Milênio: significado e interpretações, Robert G. Clouse, org. (Cultura Cristã), p. 141-170.
[6] BERKHOF, Teologia Sistemática, p. 658.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

UMA ENTREVISTA COM MARTINHO LUTERO

"Lutero nasceu no dia 10 de novembro de 1483, há 516 anos, em Eislebem, na Alemanha. Nas palavras do historiador W. Walker, “é um dos homens de cuja obra se pode dizer que alterou profundamente a história do mundo”. Para Jerald Brauer, Lutero é “uma das três ou quatro maiores figuras da cristandade, talvez a maior figura profética no cristianismo ocidental pós-apostólico”. Roland Bainton, de Yale, autor de uma das melhores biografias modernas do reformador, vai além: “Lutero não é um indivíduo — ele é um fenômeno”.
Achamos por bem apresentar alguns traços de sua personalidade e algumas porções de seus ensinos aos leitores de Ultimato, sob a forma de perguntas e respostas, para tornar a leitura menos cansativa e mais curiosa. As frases entre aspas pertencem mesmo a Lutero. As demais, embora não sejam textualmente dele, estão plenamente de acordo com a veracidade histórica.
 A descoberta da Bíblia


Quando e em que circunstâncias começou seu interesse pela Bíblia?

Fazia meu curso universitário em Erfurt quando, com a idade de 20 anos, descobri um exemplar da Bíblia, em latim, na biblioteca da escola. O primeiro trecho que li foi a história de Ana e Samuel. Até então julgava que a Bíblia continha apenas aquilo que era lido nas missas. A partir daí tornei-me assíduo leitor da Escritura. Já como sacerdote e professor, na Universidade de Wittenberg, a partir de 1508, recebi a incumbência de interpretar a Bíblia. Aprofundei-me no conhecimento dela e foi por meus estudos bíblicos que redescobri o evangelho primitivo como se encontra no Novo Testamento.

A Bíblia é a Palavra de Deus?
“A Bíblia é a Palavra de Deus, escrita por inspiração do Espírito Santo: o Velho Testamento, pelos santos profetas e o Novo Testamento, pelos santos evangelistas e apóstolos. A inspiração é o ato divino pelo qual Deus Espírito Santo soprou nas almas dos escritores da Bíblia os pensamentos que deveriam escrever, bem como as palavras exatas que deveriam empregar”.

A afixação das 95 teses à porta da Igreja do Castelo e os acontecimentos posteriores têm alguma relação com seu apego à Bíblia?
Sim. Defendi um retorno à Bíblia. Procurei demonstrar que a autoridade das Escrituras é maior que a da igreja. Esta não é dona da Bíblia, mas serva. A tradição da igreja pode ser legítima, porém não infalível; por isso deve ser julgada pela Bíblia. Em outras palavras, preguei que a Palavra de Deus é regra de fé e prática. 

O Doutor é a favor de se colocar a Bíblia nas mãos do povo?
Perfeitamente. Eu mesmo traduzi o Novo Testamento do texto grego e o Velho Testamento do texto hebraico para o alemão, que todos entendem. Os 5 mil exemplares do Novo Testamento publicado em setembro de 1522 foram vendidos em três meses, de modo que em dezembro já saía uma nova edição. Muitas outras vieram depois. Tomávamos sempre o cuidado de eliminar erros tipográficos, corrigir erros de tradução ou substituir palavras por outras expressões mais convenientes. Melanchthon, especialista em grego, e Aurogallus, especialista em hebraico, ajudaram-me muito nessas revisões.

O Doutor gosta do nome luterano dado especialmente aos alemães que abraçaram a Reforma?
“Peço que se silencie acerca de meu nome e ninguém se denomine luterano, mas, sim, cristão. Quem é Lutero? A doutrina não é minha e não fui crucificado por ninguém... E como poderia ser que eu, um pobre saco de estrume, tivesse meu nome, o qual nenhuma salvação encerra, dado aos filhos de Cristo? Não deve ser assim, terminemos com esses nomes partidários e denominemo-nos cristãos, pois possuímos a doutrina de Cristo”.

O Doutor não exagera quando se diz “um pobre saco de estrume?”
Não estou exagerando nem dando uma aparência de humildade. Na verdade “sou um pobre verme diante da justiça de Deus”, “sou um pobre servo do Senhor da igreja”, “sou um aluno das Sagradas Escrituras”. O pecador não tem valor em si mesmo, não tem nada para dar, carece totalmente da glória de Deus.

Vida familiar
O Doutor é favorável ao celibato sacerdotal?
“Fazem apenas 400 anos que na Alemanha os sacerdotes foram compelidos à força a deixarem o matrimônio e fazerem voto de castidade. Todos se opuseram a isso com tamanha seriedade e rijeza, que um arcebispo de Mogúncia, o qual publicara o novo edito papal a respeito, quase foi morto no tumulto de uma revolta de todo o corpo sacerdotal. E aquela proibição logo no começo foi efetivada com tanta rapidez e impropriedade, que o papa, ao tempo, não só proibiu o matrimônio de sacerdotes para o futuro, mas ainda rompeu o casamento daqueles que havia muito já estavam nesse estado, o que não é contrário apenas a todo direito, divino, natural e civil, bem como aos cânones estabelecidos pelos próprios papas e aos mais renomados concílios”.

Uma vez desobrigado do voto do celibato sacerdotal, em vista de seu rompimento com Roma, como o Doutor encarou a idéia do matrimônio?
Aconselhei que os pastores se casassem. Os sacerdotes que aderiram à Reforma e tinham ligações com mulheres foram exortados a anunciar seu matrimônio com elas. Muitos se casaram com suas próprias cozinheiras, com as quais já viviam e das quais tinham filhos. Por esta razão, nem sempre a esposa pertencia à mesma classe social do marido.

E quanto ao Doutor?
Meus amigos sugeriram-me que eu também me casasse para quebrar o tabu e servir de exemplo. “Meus sentimentos não me pareciam levar a contrair matrimônio. E mesmo não tencionei casar porque esperava diariamente a morte e a punição por heresia”. Mas, em 12 de junho de 1525, liguei-me pelos laços do matrimônio a Catarina de Bora, da nobreza rural da Saxônia. Eu estava com 42 anos e ela, com 26. Catarina e mais oito freiras haviam fugido do convento de Nimbsch e moravam em Wittenberg desde 1523. Ela era hóspede do pintor Lucas Cranach. Desde os 10 anos até os 24, minha mulher esteve enclausurada.

Que tal o novo estado?
“Não há ligação mais doce do que a de um matrimônio feliz e não há separação mais amarga do que a de um matrimônio feliz. A isto apenas corresponde a morte de uma criança. A dor que ela nos causa, eu próprio a experimentei. A maior dádiva de Deus é uma esposa piedosa, resoluta, temente a Deus e com dotes domésticos. Graças a Deus, tal me foi concedido. Eu a considero mais do que o reino da França ou o domínio dos venezianos. Minha Catarina me é mais útil do que eu ousara pensar" .

E os filhos?
“Os filhos constituem, no matrimônio, o penhor mais aprazível. Estabelecem e conservam o vínculo do amor”. Tivemos três meninas e três rapazes. Isabel faleceu com oito meses e Madalena, com 14 anos. Margarida veio a casar-se com o vice-governador Kuhnheim. Dos homens, João formou-se em Direito, Martinho é pastor, e Paulo, médico.
O casamento é para sempre? 
O matrimônio é a união vitalícia instituída por Deus e contraída, mediante esponsais legítimos, entre um homem e uma mulher para uma só carne”.

Algumas pessoas que participam de seu lar em Wittenberg estão passando informações de suas conversas à mesa, no seio da família e no convívio com os numerosos estudantes que moram em sua casa. O Doutor não se preocupa com isso? 
Em absoluto. Na verdade eu gosto muito de falar. Nossa casa sempre está cheia — uma tia de Catarina, vários parentes órfãos, estudantes, refugiados, ajudantes e criados moram conosco, como família. À hora da refeição conversamos animadamente sobre problemas teológicos e as novidades mais corriqueiras do dia-a-dia. De vez em quando, recordo alguma experiência passada. Mas nada há para esconder. É tudo aberto e examinado à luz da Escritura.

Fé e Obras
O Doutor foi acusado de corromper a moral cristã. O que diz sobre isso?
Nada mais falso. Os adversários, baseando-se na doutrina da justificação pela graça perdoadora de Deus, da qual me tornei pregador convicto e entusiasta, não entenderam ou deturparam meu ensino e diziam que eu tornara as boas obras desnecessárias e destituídas de significado, abrindo assim caminho para as más obras. Por outro lado, é provável que algumas pessoas imaturas tenham se valido desta interpretação errônea para se entregarem à devassidão. O que, todavia, a Palavra de Deus ensina e eu custei a descobrir é que “não podemos alcançar remissão dos pecados e justiça diante de Deus por mérito, obra e satisfação nossas, mas pela graça, por causa de Cristo, mediante a fé, quando cremos que Cristo padeceu e nos são dadas justiça e vida eterna”. A tremenda verdade da justificação pela fé diz nada mais nada menos que Deus “considera justo o homem que possui a justiça que Ele próprio, Deus, lhe oferece — a justiça de Cristo. Deus a oferece pelo Evangelho de Cristo e o homem a recebe e dela toma posse pela fé, ou seja, quando toma a sério a mensagem e crê na oferta e doação que Deus lhe está fazendo”. Temos de guardar fielmente o artigo da justificação pela fé em todos os tempos por ser o artigo principal da doutrina cristã, pela qual a igreja de Cristo se distingue de toda religião falsa, sendo dada a glória somente a Deus e constante conforto ao pecador.”

Por que o homem não pode alcançar a salvação mediante as obras, por exemplo, da própria Lei de Deus?
“Porque desde a queda no pecado, o homem natural é de todo incapaz para guardar a Lei de Deus e o próprio cristão só a cumpre imperfeitamente”.

Então, para que serve a Lei?
“A Lei serve para um fim triplo. Em primeiro lugar, concorre para a manutenção da ordem e da honestidade exterior do mundo, impedindo de certa maneira o desenfreamento grosseiro do pecado. Neste caso a Lei é freio. Em segundo lugar, ensina de modo especial aos homens a reconhecerem verdadeiramente seus pecados. Neste caso a Lei é espelho. Em terceiro lugar, mostra ao regenerado quais são verdadeiramente as boas obras. Neste caso a Lei é norma”.

O Doutor poderia situar a fé e as obras na experiência religiosa do homem?

Vamos conceituar primeiro a boa obra. Boa obra é toda obra ordenada por Deus. Se for feita da fé, é boa; se for feita para granjear méritos, é má. “A mais nobre de todas as boas obras é crer em Cristo.” Ensinamos que “as boas obras devem e têm de ser feitas não para que nelas se confie a fim de merecer a graça, mas por amor de Deus e em seu louvor”. A fé, por sua vez, “é uma confiança viva e ousada na graça de Deus, tão segura, que nela o homem poderia morrer mil vezes. A fé nos torna alegres, ousados e bem dispostos diante de Deus e de todas as criaturas.” “Sempre é a fé que apreende a graça e o perdão de pecados. E visto que pela fé é dado o Espírito Santo, o coração também se torna apto para praticar boas obras, porque antes, enquanto está sem o Espírito Santo, é demasiadamente fraco. Além disso, está no poder do diabo, que impele a pobre natureza humana a muitos pecados, como vemos nos filósofos que se lançaram à empresa de viver vida honesta e irrepreensível e contudo não conseguiram realizá-lo, caindo em muitos pecados graves e manifestos. É o que acontece ao homem quando está sem a verdadeira fé e sem o Espírito Santo, e se governa apenas pela própria força humana. Sem a fé e sem Cristo, a natureza e a capacidade humanas são por demais frágeis para praticar boas obras, invocar a Deus, ter paciência no sofrimento, amar o próximo, exercer com diligência ofícios ordenados, ser obediente, evitar maus desejos etc. Tais obras elevadas e autênticas não podem ser feitas sem o auxílio de Cristo, conforme Ele mesmo diz: ‘Sem mim nada podeis fazer’ (Jo 15.5).”

A vida cristã é estática ou dinâmica?
Não se deve “pensar que a vida de um cristão seja ficar quieto e descansar, mas estar a caminho e partir dos vícios à virtude, de clareza à clareza, de força à força”.

A oração é essencial à vida cristã?
“Como o sapateiro faz sapatos e o alfaiate faz roupas, assim deve o cristão orar. Ninguém crê quanto pode a oração senão aquele que o aprendeu pela experiência e o provou pessoalmente. É grande coisa alguém sentir o aperto e este obrigá-lo a recorrer à oração. Bem sei: todas as vezes que orei de coração, fui ricamente atendido e alcancei mais do que havia pedido. É verdade que por vezes Deus demorou um pouco, mas nem por isso deixou de me atender”."

Fonte: Revista Ultimato
Reproduzido com Autorização

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A MENSAGEM DO PROFETA DE DEUS É PESADA!?

QUAL É A SENTENÇA PESADA DO SENHOR?
Vós sois o peso, e eu vos arrojarei, diz o Senhor (Jr 23.33)
Mensagem de Jeremias 23.33

A presença dos profetas que desviavam o povo com os seus ensinamentos impunha a necessidade de se elaborar critérios para distinguir o verdadeiro do falso profeta. O comportamento característico dos falsos profetas: alguns deles chegam ao extremo de profetizar em nome de Baal (v. 13), mas estão corrompidos moralmente e incitam a cometer o mal, mesmo os que pretendam falar em nome do SENHOR (vs. 14-15); prometem paz e prosperidade, ao invés de chamar à conversão, despertando, desse modo, falsas expectativas (v. 17); não se recolhem no conselho do SENHOR (ver Jr 23.18, n.) e, devido a isso, não anunciam a palavra divina, mas o que eles mesmos inventam (vs. 16,25-27); além do mais, furtam mutuamente as mensagens que proclamam (v. 30).
Falam as visões do seu coração: A missão do profeta é anunciar a palavra de Deus. Portanto, a fonte da sua inspiração não está nele mesmo, mas na revelação que recebe do SENHOR. Cf. Jr 1.9-10; 15.16; Ez 3.1-4.

A primeira sentença é para que o povo mude de vida e escute e caminhe na palavra de Deus não na dos falsos profetas que era conveniente a todos eles.
A segunda sentença é para que a mensagem seja de Deus e não dos homens falsos que procuram agradar a eles mesmos.
A terceira, sentença - Deus reprovará todos aqueles que acham a sua Palavra pesada demais; “por isso, levantar-vos-ei e vos arrojarei da minha presença”,
Quando, pois, este povo te perguntar, ou qualquer profeta, ou sacerdote, dizendo: Qual é a sentença pesada do Senhor? Então, lhe dirás: Vós sois o peso, e eu vos arrojarei, diz o Senhor. Quanto ao profeta, e ao sacerdote, e ao povo que disser: Sentença pesada do Senhor, a esse homem eu castigarei e a sua casa.

Que sentença você quer ouvir: de benção ou maldição?; De vida ou morte? De presença de Deus ou de ausência de dele?  Quer se achegar ou se afastar de Deus? DECIDA HOJE!

Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração. Serei achado de vós, diz o Senhor, e farei mudar a vossa sorte”; (Jr 29.13, 14).


Autor: Zé Francisco.

sábado, 27 de agosto de 2011

Ué... e igreja tradicional cresce no Brasil?

Postado por Augustus Nicodemus Lopes

Essa noticia eu faço questão de publicar, aja vista a repercussão que causou e causará no meio cristão, neo e pentecostais... Tire você mesmo suas conclusões.

Eu não havia ainda reparado para um detalhe que me parece muito interessante no "Novo Mapa das Religiões" no Brasil, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A pesquisa foi publicada esta semana e trouxe grande repercussão em vários setores da mídia.
Há muitos pontos de interesse na pesquisa, que podem ser objeto de comentário e reflexão em outra ocasião. No momento, quero me referir somente a este, que é a constatação de que entre 2003 e 2009 o crescimento percentual dos evangélicos tradicionais (presbiterianos, batistas, luteranos, etc.) foi maior do que o crescimento percentual dos pentecostais (Assembléia de Deus, Universal do Reino de Deus, etc.). De acordo com o Estadão,"A pesquisa também apontou estagnação da proporção de evangélicos pentecostais (de igrejas como Assembleia de Deus e Universal do Reino de Deus), que teve grande crescimento nos anos 1990, e aumento do evangélicos tradicionais (batistas, presbiterianos, luteranos, etc)."A notícia comenta ainda:"Neri [o pesquisador responsável] associa os avanços econômicos na última década ao aumento de 38,5% dos evangélicos tradicionais (de 5,39% a 7,47%), enquanto os pentecostais tiveram crescimento ínfimo, de 12,49% em 2003 a 12,76% em 2009".Entendo que há um erro conceitual da pesquisa, que é colocar a Universal do Reino de Deus como sendo pentecostal, ao lado da Assembléia de Deus. 
Isso pode ter puxado o resultado para baixo, pois enquanto é sabido que a Universal de fato vem perdendo membros, pensava-se que a Assembléia continuava a crescer como sempre fez. A queda da Universal pode ter superado o crescimento da Assembléia e empurrado o percentual para menor. Reconheço também que o pesquisador identifica como a causa deste crescimento a melhoria econômica dos brasileiros. A lógica é esta, quanto maior o poder aquisitivo, maior a preferência pelas igrejas tradicionais. 
A conferir.De qualquer forma, está registrada a retomada do crescimento do Cristianismo evangélico tradicional no Brasil, fato que já havíamos pressentido a partir da nossa observação informal do cenário brasileiro pelas redes sociais, encontros, grande mídia, eventos, etc.Em termos absolutos, os pentecostais são muito maiores. Resta saber se os tradicionais serão capazes de fazer a diferença, agora que estão começando a crescer. 





terça-feira, 9 de agosto de 2011

Apóstolo Valdemiro Santiago paga mais que o dobro e tira Silas Malafaia do ar na Band

Briga de .... Grandes pela audiência televisiva em nome de Jesus.


Apóstolo Valdemiro Santiago paga mais que o dobro e tira Silas Malafaia do ar na Band, que responde: “Traira!”
O Apóstolo Valdemiro Santiago, líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, conseguiu “por de baixo dos panos” tirar um dos mais famosos televangelistas brasileiros do ar em um de seus principais meio de divulgação, às madrugadas de sábado na Band.
Com uma proposta irrecusável oferecida no começo de junho deste ano, Valdemiro ofereceu mais que o dobro do valor que Silas Malafaia paga à Band para ficar com o horário do Pastor nas famosas madrugadas na emissora. De acordo com informações, o valor oferecido foi 150% a mais do que já é pago pelo horário, os valores exatos não são divulgados, mas devem girar acima da casa dos 10 milhões de reais por mês.
O Apóstolo Valdemiro se tornou o dono da madrugada da Band, já que com a oferta também tirou o Missionário R. R. Soares do ar, que tinha seu teleculto exibido após o programa do Pastor Silas. A nova programação do horário das 2 horas às 6:45 da manhã com a Igreja Mundial do Poder de Deus no comando começará a ser exibida em outubro. Os contratos já foram assinados.

“Traíra!”

Por meio de assessoria de imprensa, Valdemiro Santiago foi classificado como “traíra” pela atitude. A mensagem enviada a imprensa afirma que “o Ap. Valdemiro Santiago é um verdadeiro TRAÍRA! Tudo que ele falou do R.R. Soares e Igreja Universal ele fez agora muito pior. (…) Ap. Valdemiro Santiago, QUE VERGONHA! QUE ABSURDO! QUE TRAÍRA!”
Na nota ainda é lembrado que o Pastor Silas Malafaia defendeu o próprio Apóstolo Valdemiro Santiago quando este comprou os horários do Missionário R. R. Soares na CNT tirando-o do ar no canal. Também é dito que o líder da Vitória em Cristo foi quem solicitou junto a direção da TV Globo para que eventos da Igreja Mundial fossem noticiados pela emissora, como já aconteceu, além de afirmar que teria o ajudado “em outras ‘coisitas’ mais que não interessa falar aqui…”
A assessoria ainda ataca indiretamente a Igreja Universal do Reino de Deus ao afirmar “Entendemos que de onde ele veio o DNA não podia ser diferente, isso é ESPÍRITO DE ESCORPIÃO! Pede ajuda e depois mata quem o ajudou!”.

Disputas

O Apóstolo Valdemiro e o Pastor Silas estavam na disputa pela compra dos horários na madrugada no SBT. Após Malafaia se retirar da disputa, Santiago chegou a acertar valores, mas devido a burocracia gerada pela emissora de Silvio Santos decidiu mudar a estratégia e investir o dinheiro em outras formas de divulgação de sua igreja, uma delas seria a compra de um canal em São Paulo. A outra foi a compra do horário do Pastor Silas Malafaia.
Apesar de perder o horário da madrugada, constantemente usado nas divulgações de seu programa, Malafaia renovou com a Band o horário do meio dia nos sábados. O Pastor também possui horários nas emissoras Rede TV!, Boas Novas e CNT, não se sabe se voltará a disputa pelo espaço no SBT.
Fonte: Gospel+

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

CONCEITOS EVOLUCIONISTAS X CRIACIONISTAS (4)

CONCEITO DE FAMÍLIA

A família, no conceito evolucionista, responde a múltiplas possibilidades. Pode situar-se em uma estrutura local, poliândrica, poligâmica, patrilinear, matrilinear, nuclear, monoparental ou complexa. Ao Evolucionismo não interessa muito a estrutura familiar, sempre e quando seja cumprido o objetivo de qualquer relação humana: a procriação. A transmissão de material genético adequado e com êxito seria a razão última de uma estrutura familiar. Como isso afeta a estrutura social? Nas sociedades do primeiro mundo, se concretiza no relativismo da célula familiar, seja por seus componentes, por sua temporalidade ou por sua essência. Os componentes de uma família já não responderão ao modelo nuclear de um casal heterossexual, e sim superarão os limites de número (poligamia sucessiva, intercâmbio de parceiros, aventuras amorosas), de gênero (homossexualidade) e até mesmo de espécie. A temporalidade e a ruptura de uma relação justifica-se com argumentos baseados em certos índices hormonais (confunde-se, portanto, amor com paixão). A fidelidade passa a ser um conceito judaicocristão superado. A essência da estrutura familiar resume-se, assim, na sexualidade, e supostamente no prazer que a circunda. Esta percepção, finalmente, despersonaliza a pessoa e sublima o instinto. A felicidade individual é posta acima da felicidade compartilhada. O interessante é observar que no chamado “primeiro mundo” não há maior produção procriadora do que em sociedades claramente religiosas. A mais “evolução” corresponde menos procriação.
No Criacionismo, a família primígena é nuclear. O ser humano é a soma do masculino com o feminino. O casal surge de um estado de paridade no qual a relação se sustenta pelo apoio mútuo. A relação é heterossexual, supera os limites da procriação (aprofundando em sentimentos e projetos) e se concebe como perdurável. Depois do pecado, amplia-se a sua necessidade com o objetivo de desenvolvimento de caracteres aptos para a redenção. No Criacionismo, o ser humano é pessoa e não coisa. A família é o espaço onde as pessoas se formam, se instruem, se expressam e se preparam. A procriação é resultado de um projeto de amor, que não só transmite material genético, mas tradições, gostos, afetividades e crenças. A família não se dissolve com a futilidade do interesse próprio. A família tende a fortalecer-se na generosidade espontânea e no intercâmbio de empatias. Tal estrutura supera o presente estado de coisas e se projeta para a eternidade.

Retirado de "Ciências das Origens" - Site: http://www.scb.org.br/

CONCEITOS CRIACIONISTA X EVOLUCIONISTA (3)

 CONCEITO DE PESSOA
Para o Evolucionismo, a pessoa não é mais do que um material genético do processo evolutivo. Neste processo sobrevive o mais apto, o mais forte, aquele que tem melhor capacidade de adaptação. Tal esquematização conduz inexoravelmente à competitividade. Este conceito é essencialmente inseparável dos povos com percepções materialistas. É usual escutar-se ou ler-se “quem ou o que é melhor que...”. As relações humanas se expressam em orações comparativas (muitas são superlativas) que entram em conflito com propostas de auto-realização. Tal auto-realização, embora muito apregoada nos livros de autoajuda, não pode conviver com a competitividade, a menos que se fundamente em elementos exteriores ao ser humano (materialismo e “despersonalização”). Além disso, uma pergunta se faz constantemente sobre 
a teoria: quem define qual é o mais apto? O acaso? Os elementos naturais? Por não existirem universais que estabeleçam a estrutura sobre a qual construir os valores do mais apto, resulta uma liberdade sem limites conceituais. A liberdade sem restrições é associada a um bem comum, quando na realidade mascara a incapacidade de gerar universais e o caos. O ser humano termina sendo material e social, um ente anônimo 
no processo evolutivo.
Para o Criacionismo, o homem é concebido como um ser completo, “pouco menor do que os anjos”. Em seu projeto existe mais do que utilidade. Nele reside beleza e bondade. O Criacionismo não propõe a sobrevivência do mais apto, mas sim a sobrevivência de todos (e não só no imediatismo desta vida). Insiste em que é necessário superar o desequilíbrio da competitividade e explorar as sendas do cooperativismo. Cada ser humano é receptor de quantidade tal de virtudes, que deve desfrutar de sua identidade, de sua peculiaridade. Deve praticar a paz como projeto de auto-realização e de interrelação. É concebido como um ser com liberdade limitada, porquanto é criatura e não criador. A criatura, por essência, é dependente, e isso a faz sentir-se protegida e amada (sensações que ela projeta protegendo e amando). A pessoa é muito mais do que material social; é um ser estimado.

Retirado do site: http://www.scb.org.br - Publicação Ciências das Origens nº 14