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sexta-feira, 28 de setembro de 2018

DEUS É QUEM ESTÁ NO CONTROLE


Devocionário Cada dia – LPC Comunicações
“Ninguém conseguia resistir-lhes, porquanto todos os povos estavam com medo deles.” Et 9.2

A parte final do livro de Ester traz a informação de que todos aqueles que conspiravam para colocar em prática o plano de Hamã e exterminar o povo de Deus foram confrontados e vencidos, nenhum deles permaneceu. O intuito do texto é mostrar que Deus está no controle e não deixa as coisas por fazer, nem pela metade. Ele efetivamente livrou o povo de ser destruído.

Esse mesmo Deus é quem está também no controle de nossa vida e a sabedoria de Deus nos ensina que aquele que começou uma boa obra em nós há de concluí-la. Deus, da mesma maneira, não age e se importa apenas parcialmente conosco. Você pode pensar que ele se importa apenas com a sua vida religiosa. Mas isso não é verdade, Deus nos vê como um todo e se importa conosco integralmente. Com a nossa saúde física, com o nosso estado emocional e com o nosso amadurecimento espiritual.

Perceba hoje como Deus tem cuidado de você ao longo de sua história, em todas as áreas e esferas de sua existência. Mesmo nos momentos mais difíceis e complicados. E, lembre-se, por mais que pareça aos seus olhos que no atual momento ele abandou você e você se sente sozinho e não consegue percebê-lo agindo em seu favor, ele é soberano e está no controle de todas as coisas.


Aprendendo a combater fogo com fogo

O trecho abaixo foi extraído com permissão do livro Lutando contra a Incredulidade, de John Piper, da Editora Fiel.

Estar satisfeito com tudo o que Deus promete ser para nós em Jesus Cristo é a essência da fé na graça futura. Tenha em mente que, quando falo da fé na graça futura ou satisfação naquilo que Deus promete ser para nós, eu estou assumindo que uma parte essencial dessa fé e dessa satisfação é uma compreensão de Cristo como o substituto para suportar o nosso pecado, cuja obediência perfeita a Deus nos é imputada através da fé. Em outras palavras, a fé na graça futura abarca a base de todas as promessas, bem como as promessas em si. Ela entesoura Cristo como aquele cujo sangue e justiça fornecem o fundamento para toda a graça futura. E entesoura tudo o que Deus agora promete ser para nós em Cristo, por causa da obra fundamental. Sempre que falo de fé como sendo satisfeita em tudo o que Deus é para nós em Jesus, estou incluindo tudo isso nessa fé.
Essa fé é o poder que corta a raiz do pecado. O pecado tem poder por causa das promessas que faz a nós. Ele fala assim: “Se você mentir na sua declaração de imposto de renda, você terá dinheiro extra para conseguir aquilo que lhe fará mais feliz”. “Se você olhar esta pornografia, você terá uma onda de prazer que é melhor do que as alegrias de uma consciência limpa.” “Se você comer estes biscoitos quando ninguém estiver olhando, isso amenizará o seu senso de remorso e ajudará a lidar com a situação melhor do que qualquer outra coisa agora.” Ninguém peca por obrigação. Nós pecamos porque acreditamos nas promessas enganosas que o pecado faz. A Bíblia adverte “que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado” (Hb 3:13). As promessas do pecado são mentiras. Lutar contra a incredulidade e pela fé na graça futura significa que combatemos fogo com fogo.

Nós lançamos as promessas de Deus contra as promessas do pecado. Nós nos agarramos a alguma grande promessa que Deus fez sobre o nosso futuro e dizemos a um pecado em particular: “Faça igual”! Dessa forma, fazemos o que Paulo diz em Romanos 8:13: “Se pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo”. John Owen escreveu um livro baseado nesse versículo e resumiu com: “Esteja matando o pecado, ou ele estará matando você”. Nós mortificamos os feitos pecaminosos antes que eles aconteçam, quando cortamos a raiz que lhes sustenta: as mentiras do pecado.
Fazer isso “pelo Espírito” significa que confiamos no poder do Espírito e, então, manejamos a “espada do Espírito”, que é a palavra de Deus (Efésios 6:17). A “palavra de Deus” é, em seu âmago, o evangelho, e então tudo o que Deus falou na sua palavra revelada. O evangelho da morte e ressurreição de Cristo não é apenas o núcleo, mas o fundamento de todas as promessas de Deus. Esse é o ponto da lógica de Romanos 8:32: “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas”? “Todas as coisas” que precisamos – o cumprimento de todas as promessas de Deus – são garantidas pelo Pai ao não poupar o seu Filho.

Ou, para colocar de forma positiva, todas as promessas de Deus estão garantidas a nós porque Deus enviou seu Filho para viver e morrer, a fim de cancelar os nossos pecados e tornar-se a nossa justiça. Então, quando eu digo que nós manejamos a Palavra de Deus, a espada do Espírito, o que quero dizer é que nós nos apegamos fortemente a essa verdade do evangelho centralizado em Cristo, com todas as suas promessas, e confiamos nelas em cada situação. Nós cortamos a corda de salvamento do pecado pelo poder de uma promessa superior. Ou, dito de forma mais positiva, nós liberamos o fluxo de amor pela fé na graça futura. Nós nos tornamos pessoas amorosas ao confiar nas promessas de Deus.



Neste livro, o pastor John Piper fornece um guia bíblico de como encontrar alegria e vitória do evangelho e, assim, enfrentar as lutas contra o pecado que nos conduz à incredulidade, como a ansiedade, o orgulho, a vergonha imprópria, a impaciência, a cobiça, a amargura, o abatimento e a lascívia.

Fonte: https://voltemosaoevangelho.com

A Psicologia ajuda ou atrapalha no Aconselhamento Cristão?


Um dos conflitos mais persistentes e agudos no ministério pastoral é aquele relacionado com o uso da psicologia no aconselhamento e na cura de almas. O cuidado da alma, ou a “cura d’alma” como era chamado o ministério de aconselhamento no passado, sempre foi visto como parte integrante do ministério pastoral.
De fato, esse trabalho era visto como uma extensão do ministério da Palavra, uma chance de pregar a Palavra de Deus de forma individualizada, instruindo, repreendendo, corrigindo e educando o crente de forma personalizada, sensível ao indivíduo e as circunstâncias e vicissitudes da vida.
Hoje, o campo do aconselhamento, da psicoterapia e da “cura d’alma” tem sido transformado em campo de batalha. A psicologia secular a-religiosa, ou anti-religiosa, procura excluir o pastor do cuidado da psique, até mesmo sugerindo que a fé é um dos complicadores dos problemas psicológicos. Por outro lado, alguns pastores erroneamente aceitam a declaração de guerra e rejeitam a psicologia in toto, afirmando que uma visão bíblica invalida qualquer reflexão psicológica (anti-psicologia). E ainda alguns outros, pastores, psicólogos e psiquiatras cristãos acham que uma mistura entre os preceitos bíblicos e o conhecimento psicológico possibilita uma síntese (integração) que capacita tanto os pastores quanto os psicólogos para maior êxito. Talvez grande parte da discussão pudesse ser esclarecida se lembrássemos de alguns pontos chaves:
1.    Toda problemática humana nos relacionamentos com o próximo e consigo mesmo tem como pano de fundo a relação com Deus. Sendo assim, a tentativa de entender e ajudar o homem nas questões da alma, do coração, sem levar Deus em conta, sem considerar o que a revelação diz a respeito do homem e de seus problemas é fadada ao insucesso.
2.    Isso não significa que as observações e as perspectivas das psicologias não devam ser aproveitadas. Tal aproveitamento, entretanto, não pode ser uma mera síntese, uma mistura, ou uma integração, pois correríamos o risco de acabarmos com uma teologia pastoral psicologizada, como tem ocorrido muito em nosso tempo, ou uma psicologia pseudo-científica e teologizada.
Existe uma alternativa que evita estes perigos. Primeiro, reconhecer que só a Palavra de Deus oferece um retrato acurado do homem, em seu estado original (antes da queda), em seu estado atual (decaído e atormentado pelo pecado) e nas possibilidades de seu novo estado como ser redimido e progressivamente conformado à imagem do varão perfeito, Jesus Cristo (o padrão de uma alma, ou psique, saudável).
Segundo, reconhecer que só a Palavra de Deus estabelece os meios e os processos mediante os quais as pessoas podem ser auxiliadas na aplicação da Redenção nas diversas áreas de seus relacionamentos com Deus, com o próximo e com elas mesmas.
Terceiro, reconhecer que as observações e a sabedoria acumuladas mediante os esforços daqueles que se especializam em observar o comportamento e as dinâmicas da alma humana podem e devem ser aproveitados para o enriquecimento da prática pastoral do aconselhamento, desde que devidamente reorientadas pelos pressupostos e preceitos da Palavra.
Por fim, lembremos que a única paz completa e permanente que poderemos experimentar é aquela prometida por Jesus Cristo, “deixo-vos a paz, a minha paz vos dou” (Jo 14.27), a qual só se manifestará plenamente em sua vinda e no seu Reino.

Rev. Augustus Nicodemus Lopes

Fonte: https://palavraprudente.com.br

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

PENSANDO ALÉM DE SI MESMO


Devocionário Cada dia – LPC Comunicações
“Pois, como suportarei ver a desgraça que cairá sobre meu o povo? Como suportarei a destruição da minha própria família?” Et 8.6

Depois de tanta insegurança, sofrimento e preocupação, Ester percebe que, enfim, ela e Mardoqueu, seu primo que a criou, estão seguros debaixo do cuidado do rei. Porém, isso não é suficiente para ela. Ela não se satisfaz apenas com sua situação aparentemente resolvida. Ela pensa além de si mesma e se preocupa com o sofrimento de seu povo.

Vivemos em uma sociedade altamente individualista. No início do século 19 o filósofo alemão Max Stirner, um dos sistematizadores dessa visão, escreveu que no mundo havia dois tipos de pessoas, as que eram egoístas, sabiam que eram egoístas e faziam tudo para satisfazer seu egoísmo, e aquelas que eram egoístas e achavam que não eram. Para Stirner, todo o ser humano não pensava em nada mais do que em seu próprio umbigo e nesse caso, conscientemente, deveria se utilizar do que fosse necessário para sua autossatisfação.

A sabedoria de Deus nos conduz completamente na contramão desse pensamento. O próprio Jesus nos ensinou que devemos amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a nós mesmos. Um grande sinal de maturidade cristã é começar a pensar no bem estar dos outros além de si mesmo. Que hoje com suas atitudes você possa demonstrar que compreendeu o amor de Deus sendo compassivo e transbordando do amor que aprendeu dele.


quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Como manter uma igreja viva?


Uma das passagens mais dramáticas da Bíblia é Isaías 1:10-20, onde o profeta repreende a Igreja do Antigo Testamento, chamando seus líderes de príncipes de Sodoma e Gomorra, cidades famosas pela devassidão e iniquidade. O povo de Deus havia se corrompido ao ponto de Deus não mais ter qualquer prazer em receber o culto e a adoração dele. Infelizmente, esse quadro de decadência e corrupção da Igreja de Deus neste mundo se repetiu por muitas vezes através da história. Nestes períodos o povo de Deus esfria em sua fé, endurece o coração, persevera no pecado e serve de péssimo testemunho ao mundo.
Nosso dever como Igreja e cristãos individuais é evitar que a decadência espiritual entre em nossas vidas. Existem quatro coisas que podemos fazer para evitar o declínio espiritual da Igreja, com a graça de Deus:
(1) Tratar o pecado com seriedade. Nada arruina mais depressa a vida espiritual de uma comunidade do que permitir que os pecados dos seus membros permaneçam sem ser tratados como deveriam. Lemos na Bíblia que quando Acã desobedeceu a Deus, toda a comunidade sofreu as conseqüências. Nossos pecados não são problema: mas os nossos pecados ocultos, escondidos, não confessados, arrependidos, se constituem um tropeço espiritual, que entristece o Espírito de Deus, e acaba se espalhando pela Igreja e envenenando os bons costumes e a fé.
(2) Zelar pela sã doutrina. A verdade salva e edifica a Igreja, mas a mentira é a sua ruína. O erro religioso envenena as almas e desvia o povo dos retos caminhos de Deus. O Senhor Jesus criticou severamente a Igreja de Pérgamo por ser demasiadamente tolerante para com os falsos mestres que infestavam a comunidade com falsos ensinos (Apocalipse 2.14-15). Da mesma forma, repreendeu a Igreja de Tiatira por tolerar uma mulher chamada Jezabel, que se chamava profetiza, e que ensinava os membros da Igreja a praticar a imoralidade (Apocalipse 2:20). Devemos ser pacientes e tolerantes, mas nunca ao preço de comprometermos o ensino claro do Evangelho.
(3) Andar perto do Senhor da Igreja. É Deus quem nos mantém firmes e puros. A Bíblia diz que se nós nos achegarmos a Deus, ele se achegará a nós. A Bíblia também nos ensina que Deus estabeleceu os meios pelos quais podemos estar em contínua comunhão com Ele. Estes meios são: os cultos públicos, as orações e devoções em particular, a leitura e a meditação nas Escrituras, a participação regular na Ceia do Senhor. Cristãos que deixam de usar estes meios acabam por decair espiritualmente, como uma brasa que é afastada da fogueira e logo perde seu calor. A negligência destes meios de graça abre a porta para a acelerada decadência espiritual e moral de uma Igreja.
(4) Estar aberta para reformar-se. O lema das Igrejas que nasceram da Reforma foi “Eclesia Reformata Semper Reformanda”. Ou seja, a Igreja deve sempre estar aberta para ser corrigida por Deus, arrepender-se de seus pecados e reformar-se em conformidade com o ensino das Escrituras. Nas cartas que mandou às igrejas da Ásia Menor através do apóstolo João, o Senhor Jesus determinou às que estavam erradas a que se arrependessem e retornassem aos retos caminhos de Deus (Apocalipse 2.5,16,21; 3.3,19). Elas precisavam ser reformadas e mudar o que estava errado. Existe grande perigo para uma igreja quando ela se fecha em si mesma, e deixa de ouvir a voz do seu Senhor, que deseja corrigi-la e traze-la de volta aos caminhos do Evangelho.
Estas medidas devem também ser aplicadas a nós, individualmente. Deveríamos procurar evitar a decadência espiritual da nossa prática religiosa, mantendo acesa a chama da fé pela frequência regular aos cultos, pela leitura diária da Bíblia, por uma vida de oração e comunhão com outros irmãos. Infelizmente, por negligenciarem sua vida espiritual, muitos cristãos estão contribuindo para enfraquecer o testemunho das igrejas evangélicas no mundo.

Por: Augustus Nicodemus. Website: voltemosaoevangelho.com.

Augustus Nicodemus é bacharel em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte, em Recife, mestre em Novo Testamento pela Universidade Cristã de Potchefstroom, na África do Sul, e doutor em Hermenêutica e Estudos Bíblicos pelo Seminário Teológico de Westminster, na Filadélfia (EUA), com estudos adicionais na Universidade Reformada de Kampen, na Holanda.

APRENDENDO A SE SUBMETER

Devocionário Cada dia – LPC Comunicações
“Ester havia mantido segredo... conforme a ordem de Mardoqueu... como fazia quando ainda estava sob sua tutela.” Et 2.20

Mardoqueu de fato era uma referência na vida de Ester. Era a ele que ela ouvia quando precisava tomar alguma decisão difícil. E ele tinha liberdade em poder mostrar a ela se havia algum equívoco em suas atitudes e, de maneira assertiva, apontava a direção na qual ela deveria seguir. Ele a ajuda a discernir qual era a vontade de Deus para a vida dela.

Eu costumo dizer que todo cristão maduro, ao acordar, deve fazer a si mesmo três perguntas: a quem eu me submeto? Com quem eu compartilho? De quem eu cuido? São três diferentes esferas de submissão que precisam estar presentes em nossa vida. Precisamos saber a quem nos submetemos, quem de fato nós ouvimos, pois se não tivermos ninguém, estaremos à mercê do nosso próprio coração e a Bíblia nos ensina que nosso coração é enganoso e pode nos causar muitos males.

É importante também a sujeição mútua, por isso é necessário ter alguém com quem compartilhar, pois ao guardar tudo para você, em algum momento você irá “explodir”. Por último, é preciso ter alguém de quem cuidamos, que nos enxerga como essa referência, pois isso significa que estamos amadurecendo e frutificando. Procure responder hoje a estas três perguntas e se alguma dessas esferas estiver vazia, peça a Deus para mostrar a você quem pode preenchê-la.

Fonte: https://lpc.org.br/

terça-feira, 4 de setembro de 2018

DIA DE JEJUM PELA NAÇÃO BRASILEIRA


FALANDO COM ATITUDES


Devocionário Cada dia – LPC Comunicações
“Quando chegou a vez de Ester... ela não pediu nada além daquilo que Hegai, oficial responsável pelo harém, sugeriu.” Et 2.15

O texto bíblico faz questão de constantemente focar nas atitudes e no comportamento de Ester e como ela conseguia tocar o coração daqueles com quem convivia de maneira tão sincera e amorosa. Ao ponto de ser auxiliada e admirada. Sua maneira de se comportar era diferente das demais moças na mesma situação que ela.

O amor com qual Ester foi criada transbordava dela, porque mais do que um sentimento, amor é uma atitude. É assim que Deus nos ensina, pois por amar ao mundo ele deu seu único filho para que todos que acreditassem nele, não perecessem, mas herdassem a vida eterna. E é dessa maneira que devemos viver através de nossas ações, atitudes e escolhas, deixando transparecer o amor de Deus. Jesus, em seus ensinamentos, coloca seus discípulos como sal da terra, luz do mundo e agentes do Reino que fazem a diferença na história. 

As suas atitudes transbordam amor ou ódio, alegria ou raiva, humildade ou orgulho, mansidão ou ira, compaixão ou indiferença? Escrevendo aos Filipenses, o apóstolo Paulo afirma que aqueles que são justificados em Cristo devem brilhar como estrelas no universo, mesmo em meio a uma geração corrompida. Que no dia de hoje você possa refletir sobre suas ações e decidir transbordar do amor de Deus.


JEJUM, UMA PRÁTICA A SER RESGATADA


O jejum é bíblico. Está presente tanto no Antigo como no Novo Testamento.
Os profetas, os apóstolos, o próprio Jesus, bem como muitos servos de Deus do  passado como Agostinho, Lutero, Calvino, John Knox, John Wesley, Dwight Moody e outros mais através da história praticaram o jejum. Ainda hoje, o jejum é uma prática devocional importante que não pode ser esquecida pela igreja.
John Piper definiu jejum como fome de Deus e não apenas pelas bênçãos de Deus. O jejum cristão nasce exatamente da saudade de Deus. O jejum é um teste para conhecermos qual é o desejo que nos controla. Mais do que qualquer outra disciplina, o jejum revela as coisas que nos controlam. Firmado nessa compreensão Martyn Lloyd-Jones diz que o jejum não pode ser entendido apenas como uma abstinência de alimentos, mas deve também incluir abstinência de qualquer coisa que é legítima em si mesma por amor de algum propósito espiritual.
O que é jejum? É a abstenção de alimento por um período definido para um propósito definido. O jejum não é apenas abstinência de alimento. Não é um regime para emagrecer. Ele deve ter propósitos espirituais claros. Jejum é fome de Deus, é saudade do céu. A comunhão com Deus deve ser a nossa mais urgente e apetitosa refeição. Nós glorificamos a Deus quando o preferimos acima dos seus dons.
Na verdade, devemos comer e jejuar para a glória de Deus (1Co 10.31). Quando nós comemos, saboreamos o emblema do nosso alimento celestial, o Pão da Vida. E quando jejuamos, dizemos, “eu amo a realidade acima do emblema”. O alimento é bom, mas Deus é melhor (Mt 4.4). Na verdade quanto mais profundamente andamos com Cristo, mais famintos nós nos tornamos dele, mais saudade temos dele, mais desejamos da plenitude de Deus em nossa vida.
Nós vivemos numa geração cujo deus é o estômago (Fp 3.19). Muitas pessoas deleitam-se apenas nas bênçãos de Deus e não no Deus das bênçãos. Quem jejua tem mais pressa de desfrutar da intimidade com Deus do que alimentar-se. Quem jejua tem mais fome do Pão do Céu do que do pão da terra. Quem jejua tem mais saudade do Pai do que das suas bênçãos. Quem jejua está mais confiado no poder que vem do céu do que nos recursos que procedem da terra.
O propósito do jejum não é obter o favor de Deus ou mudar sua vontade (Is 58.1-12). Também não é para impressionar os outros com uma espiritualidade farisaica (Mc 6.16-18). Nem é proclamar a nossa espiritualidade diante dos homens. O jejum deve ser uma demonstração do nosso amor a Deus. Jejuar para ser admirado pelos homens é uma motivação errada. Jejum é fome de Deus e não de aplausos humanos (Lc 18.12). O jejum é para nos humilharmos diante de Deus (Dn 10-12), para suplicarmos sua ajuda (2Cr 20.3; Et 4.16) e para nos retornarmos para ele de todo o nosso coração (Jl 2.12,13). O jejum para reconhecermos nossa total dependência da proteção divina (Ed 8.21-23). O jejum é um instrumento para fortalecer-nos com o poder divino em face dos ataques do inferno (Mc 9.28,29).
Deus tem realizado grandes intervenções na história através da oração e do jejum do seu povo. Quando deu a lei para o seu povo, Moisés dedicou quarenta dias à oração e ao jejum no Monte Sinai. Deus libertou Josafá das mãos dos seus inimigos quando ele e seu povo se humilharam em oração e jejum (2Cr 20.3,4,14,15,20,21).
Deus libertou o seu povo da morte através da oração e jejum da rainha Ester e do povo judeu (Et 4.16). Deus usou Neemias para restaurar Jerusalém quando este orou e jejuou (Ne 1.4). Deus usou Paulo e Barnabé para plantar igrejas no Império Romano quando eles devotaram-se à oração e ao jejum (At 13.1-4). Os grandes reavivamentos na história da igreja foram respostas de oração e jejum. As campanhas evangelísticas com resultados mais promissores são regadas pela oração da igreja e o jejum dos fiéis. Aqueles que mais conhecem a intimidade de Deus e mais se deleitam nele são aqueles que praticam o jejum com certa regularidade.
Hoje temos muitos motivos que deveriam nos levar a jejuar. Precisamos urgentemente da intervenção de Deus em nossa vida, em nossa família, em nossa igreja, em nosso país. Que Deus nos desperte para orar e jejuar!
É tempo da igreja jejuar! É tempo da igreja voltar-se para Deus de todo o seu coração, com jejuns e com pranto. É tempo de buscar um reavivamento verdadeiro que traga fome de Deus em nossas entranhas, que traga anseio por um profundo despertamento da realidade de Deus em nossa igreja, em nossa cidade, em nossa nação!
Que Deus nos leve a uma vida de quebrantamento e santidade! Que Deus sacie a nossa alma nos ricos banquetes da sua graça!

Rev. Hernandes Dias Lopes

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

JESUS VENCEU A MORTE


Devocionário Cada dia – LPC Comunicações
“Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia” Mt 28.6

Jesus foi concebido pelo Espírito Santo no ventre de uma virgem, nasceu numa manjedoura, cresceu numa carpintaria e morreu numa cruz. Aquele que andou por toda a parte fazendo o bem e libertando os oprimidos do diabo, foi preso, acusado, condenado, pregado na cruz e sepultado, mas ressuscitou ao terceiro dia. Seu túmulo foi aberto de dentro para fora. Os grilhões da morte não puderam retê-lo. Ele arrancou o aguilhão da morte e matou a morte com sua morte, pois ressuscitou dentre os mortos como as primícias daqueles que dormem.

Agora a morte não tem mais a última palavra. A morte foi vencida e tragada pela vitória de Cristo. Jesus é a ressurreição e a vida. Aquele que nele crê não está mais debaixo do jugo da morte, o rei dos terrores, mas passou da morte para a vida. Não precisamos mais ter medo do amanhã, pois a morte não é o ponto final da existência. Caminhamos não para um túmulo gelado, mas para a gloriosa ressurreição.

Receberemos um corpo imortal, incorruptível, poderoso, glorioso, celestial, semelhante ao corpo da glória de Cristo. Podemos, então, dizer como Paulo: “Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro”. Sua ressurreição é a garantia de que nós também ressuscitaremos. Ele é o primogênito dos mortos. Nós seguiremos suas pegadas!


A ÉTICA NOSSA DE CADA DIA


Todos nós tomamos diariamente dezenas de decisões, resolvendo aquilo que tem a ver com nossa vida, a vida da empresa e de nossos semelhantes. Ninguém faz isso no vácuo. Antigamente pensava-se que era possível pronunciar-se sobre um determinado assunto de forma inteiramente objetiva, isto é, isenta de quaisquer pré-concepções. Hoje, sabe-se que nem mesmo na área das chamadas ciências exatas é possível fazer pesquisa sem sermos influenciados pelo que cremos. Ao elegermos uma determinada solução em detrimento de outra, o fazemos baseados num padrão, num conjunto de valores do que acreditamos é certo ou errado. É isso que chamamos de ética: o conjunto de valores ou padrão pelo qual uma pessoa entende o que seja certo ou errado e toma decisões. Cada um de nós tem um sistema de valores interno que consulta (nem sempre, a julgar pela incoerência de nossas decisões...!) no processo de fazer escolhas. Nem sempre estamos conscientes dos valores que compõem esse sistema, mas eles estão lá, influenciado decisivamente nossas opções.
Os estudiosos do assunto geralmente agrupam as alternativas éticas de acordo com o seu princípio orientador fundamental. As chamadas ÉTICAS HUMANÍSTICAS tomam o ser humano como seu princípio orientador, seguindo o axioma de Protágoras, "o homem é a medida de todas as coisas". O hedonismo, por exemplo, ensina que o certo é aquilo que é agradável. Freqüentemente somos motivados em nossas decisões pela busca secreta do prazer. O individualismo e o materialismo modernos são formas atuais de hedonismo. Já o utilitarismo tem como princípio orientador o que for útil para o maior número de pessoas. O nazismo, dizimando milhares de judeus em nomes do que é útil, demonstrou que na falta de quem decida mais exatamente o sentido de "útil", tal princípio orientador acaba por justificar os interesses de poderosos inescrupulosos e o egoísmo dos indivíduos. O existencialismo, por sua vez, defende que o certo e o errado são relativos à perspectiva do indivíduo e que não existem valores morais ou espirituais absolutos. Seu principio orientador é que o certo é ter uma experiência, é agir — o errado é vegetar, ficar inerte. O existencialismo é o sistema ético dominante em nossa sociedade moderna, que tende a validar eticamente atitudes tomadas com base na experiência individual.
A ÉTICA NATURALÍSTICA toma como base o processo e as leis da natureza. O certo é o natural — a natureza nos dá o padrão a ser seguido. A natureza, numa primeira observação, ensina que somente os mais aptos sobrevivem e que os fracos, doentes, velhos e debilitados tendem a cair e desaparecer à medida em que a natureza evolui. Logo, tudo que contribuir para a seleção do mais forte e a sobrevivência do mais apto, é certo. Numa sociedade dominada pela teoria evolucionista não foi difícil para esse tipo de ética encontrar lugar. Cresce a aceitação pública do aborto (em caso de fetos deficientes) e da eutanásia (elimina doentes, velhos e inválidos).
Os cristãos entendem que éticas baseadas exclusivamente no homem e na natureza são inadequadas, já que ambos, como os temos hoje, estão profundamente afetados pelos efeitos da entrada do pecado no mundo. A ÉTICA CRISTÃ, por sua vez, parte de diversos pressupostos associados com o Cristianismo histórico. Tem como fundamento principal a existência de um único Deus, criador dos céus e da terra. Vê o homem, não como fruto de um processo evolutivo (o que o eximiria de responsabilidades morais) mas como criação de Deus, ao qual é responsável moralmente. Entende que o homem pecou, afastando-se de Deus; como tal, não é moralmente neutro, mas naturalmente inclinado a tomar decisões movido acima de tudo pela cobiça e pelo egoísmo (por natureza, segue uma ética humanística ou naturalística). Um outro postulado é o de que Deus enviou seu Filho Jesus Cristo ao mundo para salvar o homem. Mediante fé em Jesus Cristo, o homem decaído é restaurado, renovado e capacitado a viver uma vida de amor a Deus e ao próximo. A vontade de Deus para a humanidade encontra-se na Bíblia. Ela revela os padrões morais de Deus, como encontramos nos 10 mandamentos e no sermão do Monte. Mais que isso, ela nos revela o que Deus fez para que o homem pudesse vir a obedecê-lo.
A ÉTICA CRISTÃ, em resumo, é o conjunto de valores morais total e unicamente baseado nas Escrituras Sagradas, pelo qual o homem deve regular sua conduta nesse mundo, diante de Deus, do próximo e de si mesmo. Não é um conjunto de regras pelas quais o homem poderá chegar a Deus – mas é a norma de conduta pela qual poderá agradar a Deus que já o redimiu. Por ser baseada na revelação divina, acredita em valores morais absolutos, que são a vontade de Deus para todos os homens, de todas as culturas e em todas as épocas.
Autor: Rev. Augustus Nicodemus Lopes
* Artigo do Rev. Dr. Augustus Nicodemus Lopes, publicado na revista MACKENZIE, edição nº 3

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

O VÉU RASGOU DE ALTO A BAIXO


Devocionário Cada dia – LPC Comunicações
“Eis que o véu do santuário se rasgou [...]de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas; abriram-se os sepulcros...” Mt 27.51,52

Jesus, o Filho de Deus, foi preso, acusado, julgado, condenado e pregado na cruz. No topo do Calvário proferiu sete palavras de vida: palavras de perdão, salvação, cuidado filial, agonia, desamparo, vitória e rendição. Ao render seu espírito ao Pai, o véu do santuário rasgou-se de alto a baixo; a terra tremeu, as pedras se fenderam, os sepulcros foram abertos e os mortos ressuscitaram. O véu do templo separava o lugar santo do santo dos santos, onde só o sumo sacerdote entrava uma vez por ano.

Com a morte de Cristo, todos os que creem nele são feitos sacerdotes e têm livre acesso à presença de Deus. Não precisamos mais de alguém que nos represente. O caminho foi aberto. Temos livre acesso ao trono da graça. Fomos reconciliados com Deus e feitos filhos de Deus. Seu sacrifício garantiu-nos redenção. Nós, que estávamos longe, fomos aproximados. Nós, que éramos escravos, fomos declarados livres. Nós, que estávamos mortos, recebemos vida.

O véu que nos impedia de entrar no santo dos santos foi rasgado de alto a baixo. A barreira foi removida. O obstáculo foi tirado. Ele é o nosso Mediador. Ele é a porta do céu, o novo e vivo caminho para Deus. Nele temos copiosa redenção. Em seu sangue temos completo perdão. Por sua morte recebemos vida eterna.


terça-feira, 28 de agosto de 2018

A EUTANÁSIA E O ABORTO (parte 2)

Aqueles que defendem a eutanásia não gostam de classificar o aborto como tal, mas existe muita semelhança, porque o aborto, como está sendo amplamente praticado em vários países do mundo ocidental, é o término de uma vida humana, baseado numa decisão utilitária de outra pessoa. Também diz-se que o feto não possui ainda "qualidade de vida". Podemos ver, assim, a semelhança da argumentação com a defesa da eutanásia. Não é nosso propósito tratar do aborto, mas esse é claramente contrário à palavra de Deus, que se refere ao feto como uma pessoa em vário trechos (ex.: Salmo 51.5; Lucas 1.41).

Qual Seria o Padrão Para Determinar o Término da Vida?
Os que defendem o término prematuro da vida dizem que a definição de interrupção da vida não é aleatória, mas segue certas regras pré-estabelecidas. Por elas o julgamento seria exercitado. Mas essas regras, quando examinadas, mostram-se subjetivas e realmente aleatórias. Por exemplo, os defensores do aborto dizem que o padrão de julgamento para sua execução é unicamente a mera vontade da mãe: "a mulher é dona de seu próprio corpo...", dizem e se a gravidez não tiver sido desejada a vida pode ser terminada. Nos abortos chamados de "terapêuticos" os pontos a considerar são a possibilidade de morte da mãe e a possibilidade de problemas físicos ou mentais, do bebê a nascer. É fácil de ver que assim que abrimos portas começamos a atravessar barreiras éticas estabelecidas pela Palavra de Deus e a tomar decisões egoístas, que não nos competem e que fogem à nossa capacidade de conhecimento. Se as definições nesse campo forem meramente práticas podemos, com facilidade, cair no que ocorre na Índia onde o aborto é praticado, ainda que ilegalmente, como base de seleção do sexo da criança. Semelhante definição é encontrada em muitas tribos de índios, que matam o primeiro recém-nascido se for do sexo feminino (a antiga prática da tribo Dâw, no norte do Amazonas, por exemplo, é a de deixar o primeiro recém-nascido, se do sexo feminino, ao relento para morrer por falta de cuidado).
Será que o padrão de término de uma vida pode ser assim subjetivamente estabelecido? Ele poderia ser dependente apenas da cabeça e das conclusões de cada um? Se esse padrão, ou essa maneira de gerarmos padrões, for aceita, o que impedirá de partirmos da eutanásia e aborto voluntário para a eutanásia e aborto imposto? O que impedirá que as pessoas virem vítimas, não apenas de seus próprios pecados e decisões erradas próprias, mas também de políticas populacionais, sociais, ou raciais, estabelecidos por um organismo maior – governamental ou eclesiástico? Vamos passar a defender o aborto obrigatório para diminuir os bolsões de pobreza? Não podemos esquecer o que já aconteceu na história. Na Alemanha Nazista do III Reich havia uma expressão: leibensunwertes Leben – "a vida que não vale a vida". Com esse moto justificou-se o genocídio e a matança de judeus, ciganos e pessoas aleijadas, pois a vida deles não "valia a pena ser vivida". Hoje em dia vemos a nossa sociedade usurpar o lugar de Deus e procurar passar a determinar sobre quem deve ou pode morrer, fugindo totalmente aos padrões estabelecidos por Deus, em Sua Palavra.

Alguns Pontos Essenciais a Lembrar.
No meio desse debate, vamos nos lembrar desses seguintes pontos essenciais que nos são ensinados na Bíblia:

a. A vida é uma dádiva preciosa de Deus (Gen 1.20-25).
b. A vida humana é especialmente preciosa, porque Deus fez o homem à sua imagem e semelhança. Devemos portanto preservá-la e não tirá-la (Gen. 1.26 e 9.5-6).
c. A morte não é o fim e nem uma fuga em si ao sofrimento, mas ela é o resultado do pecado (Rom. 6.23
d. Muitas vezes ela ocorre com sofrimento e dor, nos propósitos insondáveis de Deus, como tribulação e dor podem ocorrer sem relacionamento direto com a morte (2 Cor. 4.8-10).
e. Esse sofrimento nem sempre é uma conseqüência direta do pecado (João 9.3), mas ocorre para que Deus seja glorificado
f. O destemor da morte é uma característica do servo de Deus (Fil. 1.21).
g. É verdade que servos de Deus muitas vezes expressaram o desejo de morrer antes do tempo apontado por Deus, buscando encontrá-lo (Fil. 1.23), mas submeteram-se à vontade de Deus em suas vidas, sendo o exemplo maior o do nosso Senhor Jesus Cristo (Mat. 26.39).
h. O homem é limitado em sua perspectiva e não pode definir os seus passos pelos resultados que espera (pragmatismo) pois esses não lhe são conhecidos (Mat. 26.29
Os padrões éticos do crente são encontrados na Palavra de Deus e nela achamos todo o incentivo para valorizarmos a vida e nos empenharmos em preservá-la, suportando as tribulações com paciência e perseverança, para a Glória de Deus.
Conclusão
Como dissemos no início, eutanásia é um assunto complexo e nem todas as questões podem ser respondidas. Nossas experiências variam, mas as Escrituras fornecem uma âncora às decisões individuais que devem ser tomadas com a consciência tranqüila perante Deus. Os princípios são claros e devem ser observados, mas a aplicação específica nem sempre é tão evidente ou fácil. A maioria de nós terá que tomar decisões, cedo ou tarde, sobre o cuidado de nossos amados que podem se achar em situação de prolongado sofrimento. Outros trabalham em hospitais superlotados e mal equipados onde as possibilidades para salvar vidas são limitadas e escolhas são feitas a cada dia – quem deve ser salvo? Qual o caso mais grave? Quem melhor "potencial" de vida? Quem tem "pior qualidade" de vida? Como decidir o que não conhecemos? Podemos até nos encontrar em uma situação na qual seremos participantes involuntários das decisões de outras pessoas de maior autoridade.
É importante sabermos que não nos compete tomar a vida, mas temos, sim, o dever de preservá-la. Temos que nos lembrar que Deus ama aos Seus e está ciente dos seus sofrimentos e das suas dores. Ele pode nos sustentar e nas ocasiões em que tivermos de tomar decisões, vamos buscar a sua presença em oração, e, com a Palavra de Deus na mão, aplicar os Seus princípios.

Autor: Presb. Solano Portela.

O SEU ROSTO RESPLANDECEU


Devocionário Cada dia – LPC Comunicações
“E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz” (Mt 17.2)

Antes de Jesus subir para Jerusalém, subiu a um alto monte com o fim de orar, levando consigo Pedro, Tiago e João. No topo daquela montanha, Jesus foi transfigurado na presença dos discípulos e apareceram, em glória, conversando com ele sobre sua partida para Jerusalém, Moisés e Elias. Os discípulos ficaram aterrados com a magnitude daquela revelação e Pedro, sem saber o que estava falando, disse: “Mestre, bom é estarmos aqui. Façamos três tendas, uma será tua, outra de Moisés e outra de Elias”.

Porque Jesus orou, seu rosto e suas vestes foram vazados pela luz aurifulgente da glória de Deus. Porque ele orou, o Pai o preparou antecipadamente para enfrentar a cruz. Porque ele orou, o Pai o defendeu, dizendo aos discípulos: “Este é o meu Filho amado, o meu eleito, a ele ouvi”. Porque Jesus orou, desceu do monte determinado a ir para Jerusalém e cumprir o plano eterno do Pai.

Porque Jesus orou estava revestido com poder para confrontar vitoriosamente as forças do mal que agiam no vale. Porque os discípulos não oraram, não discerniram a centralidade da pessoa de Jesus nem mesmo a centralidade da missão de Jesus. A transfiguração é uma antecipação histórica do que será a bem-aventurança eterna. No céu contemplaremos a sua face e seremos como ele é.


segunda-feira, 27 de agosto de 2018

A EUTANÁSIA

Salmo 31.5 "nas tuas mãos entrego o meu espírito; tu me remiste, SENHOR, Deus de verdade".

Mesmo que a maioria das correntes de pensamentos atribua valor à vida, o critério de valor difere muito em cada uma dessas. Muitas contradizem o ensinamento da Palavra de Deus levando a decisões meramente utilitárias quanto ao término da vida humana. Essa situação faz com que o servo de Deus necessite basear suas convicções sobre a rejeição da eutanásia naquilo que a Bíblia nos revela sobre essa questão fazendo-o assumir uma postura positiva na preservação da vida e no cuidado aos que sofrem.
Simplificadamente, definimos eutanásia como o esforço humano no sentido de apressar a morte própria, ou a de um parente ou de alguém que está em sofrimento. Ela é apresentada pelos defensores como sendo uma extensão dos direitos humanos, no sentido de que cada um deveria ter o direito a decidir sobre a própria vida. O assunto, entretanto, transcende o suposto direito ao suicídio, pois postula o direito de alguém decidir sobre a vida de outro, baseado em uma condição arbitrária e intangível – a existência ou não de qualidade naquela vida a ser terminada.
Quando tratamos de eutanásia, não estamos falando de pena de morte, que é a execução de uma sentença punitiva, retributiva, procedente de um tribunal legalmente estabelecido e seguindo procedimentos uniformes. É verdade que a pena de morte envolve a decisão sobre a vida de outros, mas eutanásia baseia-se na aferição subjetiva da vida que deveria ser terminada, examinando-se se ela perdeu o sentido, a qualidade ou o seu propósito.
Normalmente a maioria dos argumentos, tanto dos oponentes como dos defensores da eutanásia é baseada apenas na experiência e nos relatos de casos:
a. Os proponentes da eutanásia, apresentarão uma experiência após outra de dor, sofrimento, despesas indevidas, que sacrificaram os vivos e sãos, somente para resultar na inevitável morte.
b. Aqueles que se colocam contra a eutanásia, desfilam experiência após outra de casos aparentemente perdidos, de pessoas que se encontravam em extremo sofrimento e que só aguardavam (ansiosamente) a morte, para depois se recuperarem e viverem vidas produtivas e, principalmente, abençoadas para vários com quem mantiveram contato. 
Reconhecemos que sensibilidade e entendimento provêm da experiência, mas o cristão tem por dever procurar sua postura ética e firmar a sua reação perante os problemas existenciais que a sociedade lhe aponta, como resultado de um desejo intenso e sincero de conhecer o que a Palavra de Deus fala, indica ou infere sobre o assunto. O que terá a Bíblia a dizer sobre a Eutanásia? Encontramos casos de término abreviado ou induzido da vida, aprovados por Deus? O que terá a Palavra de Deus a nos ensinar sobre esse assunto?
Questões sobre a eutanásia são bastante complexas e não poderiam ser examinadas em todos os detalhes nesse espaço nem respondermos a todas. Gostaríamos, entretanto, de levantar alguns princípios bíblicos que podem nortear a nossa discussão e firmar nossas convicções.
1. A Relevância do Debate sobre a Eutanásia
Eutanásia é um assunto que vem recebendo cada vez mais atenção em todo o mundo. Você sabia que existe uma organização mundial chamada ERGO (Euthanasia Research & Guidance Organization -- Organização de Pesquisa e Direcionamento sobre a Eutanásia), que publica seus anúncios e trabalhos na Internet? Na realidade, existem tantas organizações defensoras da Eutanásia, que elas se estruturaram em uma federação mundial (a World Federation of Right to Die Societies, ou Federação Mundial das Sociedades do Direito à Morte). Nos Estados Unidos, o estado do Oregon promulgou uma legislação que permitia a eutanásia, em 1987, chamado de Ato de Morte com Dignidade. Esta lei foi, posteriormente, em 1994 e 1997, submetida a dois plebiscitos, que a repeliram. Vários estados, dos Estados Unidos, possuem atos legislativos que estão presentemente sendo questionados na Corte Suprema daquele país, equivalente ao nosso Superior Tribunal Federal. Na Austrália, o território do Norte emitiu legislação permitindo a eutanásia, em 1995. Essa lei foi, em 1997, repelida pelo Parlamento Federal Australiano. Em paralelo a tudo isso, provavelmente todos já acompanharam as notícias contemporâneas sobre o trabalho do médico norte-americano, Dr. Jack Kevorkian, inventor da máquina do suicídio, que auxiliou pessoalmente várias pessoas a encontrarem a morte. Este médico, presentemente, responde a vários processos criminais, em função de suas ações em favor da eutanásia.

2. O Valor da Vida.
O humanismo secular reconhece valor à vida, mas atribui a essa uma qualidade que é circunstancial (dependente das circunstâncias). Nesse sentido, a aferição subjetiva da qualidade de vida é determinante no julgamento se esta vida deve ser terminada ou não. A visão bíblica apresenta o valor da vida, como uma questão inerente ao fato de que ela é um dom de Deus. A própria criação da vida humana representa o ápice do trabalho criativo de Deus (Gn 1.26) e é chamado na Bíblia como sendo a "coroa da Criação". Como o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus o seu valor não se desvanece. 
A visão humanista identifica sofrimento como sendo um fator que diminui essa "qualidade" de vida, chegando a legitimar o término dessa, quer voluntariamente, quer pelo arbítrio ou determinação de outro, como, por exemplo, a de um parente próximo.
A visão bíblica, além de atribuir valor intrínseco à vida, e não circunstancial, possui outra visão do sofrimento. Ela reconhece que sofrimento não é algo desejável e pode diminuir o nosso desfrutar imediato desta vida, numa visão meramente temporal, como registra Paulo em 1 Co 1.8, "...a tribulação que nos sobreveio... foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida". O sofrimento também pode ocorrer como resultado direto do pecado (Tg 4.8-9), mas, em várias ocasiões, ocorre dentro dos propósitos insondáveis de Deus, com a finalidade didática de nos ensinar alguma coisa. Nesse sentido, paradoxalmente, em vez de retirar qualidade da vida, pode adicionar qualidade real. O sofrimento pode fazer com que nos acheguemos e dependamos mais de Deus e capacitar, tanto ao que sofre como aos que dele precisam cuidar, ao aprendizado de lições preciosas para o crescimento conjunto dos fiéis, como ensina 2 Cr 1.3 e 4, que diz: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda a consolação, que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus". Com essa visão, pensando nos resultados benéficos, podemos até nos gloriar nas tribulações (Rm. 5.3-4).
Paulo também nos escreve que "aprendeu o segredo de estar contente em qualquer e toda situação" (Fl. 4.12). Não podemos confundir o direito de procurar a felicidade (dádiva de Deus aos homens), com o direito inexistente de se obter felicidade (prerrogativa da soberania de Deus). Ou seja, a ausência de felicidade aparente e temporal não diminui a qualidade de vida e não nos dá nenhuma prerrogativa sobre a decisão de vida ou morte, nossa e de outros, como defendem os proponentes da eutanásia.
3. Uma visão errada da morte.
Os proponentes da eutanásia olham a morte como uma "libertação" do sofrimento, mas possuem uma visão distorcida da existência, pois não consideram: 
• Que a morte é algo não natural, ou seja, é fruto do pecado e sobrevem ao homem em função da queda (Rm. 5.12).
• Que a morte dos justificados por Deus, pelo trabalho de Cristo Jesus, é "preciosa aos olhos do Senhor" (Sl 116.12) porque por ela já se encontrarão com o seu criador, mas em nenhuma passagem há aprovação para que essa morte seja apressada ou para que a vida seja terminada arbitrariamente, essa morte ocorre no seio da providência divina.
• Que a morte dos ímpios, longe de ser liberação de sofrimento, é o início do sofrimento eterno maior (Hb 9.27 e 10.31).
Qualquer compreensão meramente utilitária da vida e da morte, que não leve em consideração o fator "pecado" e o trabalho de redenção do nosso Senhor Jesus Cristo, não pode ser abraçado ou defendido pelo crente, pois fugirá aos ensinamentos da Palavra de Deus, nossa única regra de fé e de prática.
Continua... 4. "Eutanásia e aborto" 
Autor: Presb. Solano Portela