O que aconteceria com a Igreja de
Jesus Cristo se a maioria dos que afirmam seguir a Cristo fosse incentivada a
atingir a maturidade por meio de relacionamentos íntimos e responsáveis,
centralizados nos elementos essenciais da Palavra de Deus? O resultado seria a
reprodução por livre iniciativa de discípulos de Jesus.
Esse artigo apresenta três elementos que criam o ambiente propício para o Espírito
Santo acelerar o crescimento espiritual:
O primeiro elemento
é a verdade imutável da Palavra de Deus. Entramos na era
pós-cristã no mundo ocidental. Antes, quando a cristandade predominava, a ideia
geral era de que havia uma verdade “revelada” ou, pelo menos, uma verdade
objetiva e científica que se aplicava a todas as pessoas. Hoje, porém, nesta
era pós-cristã, o relativismo prevalece, principalmente na esfera da moralidade
e estilos de vida. “Viva e deixe viver” é a expressão que reflete o valor mais
alto de nossos dias: a tolerância.
Admite-se que todos os modos de
vida e convicções morais são iguais, porque toda a verdade é pessoal. Em meio a
esse relativismo caótico, desenvolvemos cada um destes 24 capítulos em torno de
uma “verdade fundamental” que se aplica a todas as pessoas, pois a origem dessa
verdade é um Deus que é o mesmo para todos.
Para muitos, a vida cristã parece
uma mistura desordenada de ladrilhos. Temos pedaços da verdade coletados de
sermões, estudos particulares, experiências de companheiros cristãos, livros de
reflexões e assim por diante. Apesar disso, não montamos quebra-cabeça para
que, no todo, conte uma história coerente. Uma pessoa que usou esse material em
um grupo de discipulado disse que parecia estar vendo os espaços vazios de um
mosaico sendo preenchidos, para que pudesse ver a imagem completa da vida e
mensagem cristãs. As lições são expostas em sequência, para que haja uma
fluência lógica e uma ordem na colocação dos ladrilhos.
No entanto, para que a verdade da Palavra de Deus seja
proclamada em seu poder transformador, precisa ser explorada no contexto de
relacionamentos confiáveis, íntimos e duradouros.
O segundo elemento
no laboratório do Espírito Santo são os relacionamentos transparentes. O individualismo substituiu a família ou a comunidade como
unidade básica de nossa sociedade. Relacionamentos em série ou descartáveis
marcam nossa era. A filosofia predominante é a realização pessoal baseada no
que é bom ou certo para mim neste momento. Muitas pessoas nem sequer notam o
aspecto sadio de um compromisso amoroso e duradouro. No íntimo de cada ser
humano está o desejo de relacionamentos intensos e gratificantes, porque fomos
criados à imagem de Deus. Deus nos criou para termos um relacionamento com ele
e com nossos semelhantes. Um grupo pequeno de discipulado é o lugar seguro para
aprendermos a ter um relacionamento íntimo e autorrevelador ao longo do tempo.
E no final, depois de tudo ter sido dito e feito, teremos ao nosso lado as
pessoas que amamos.
A transformação ocorre quando nos esforçamos para
compreender a verdade da Palavra de Deus no contexto de relacionamentos
transparentes. Há um axioma bíblico que diz que o Espírito Santo exerce poder
em nossa vida na proporção em que nos abrimos uns com os outros. Sinceridade com
Deus não é suficiente. Damos permissão a Deus para reformular nossa vida quando
corremos o risco de nos abrir com os outros e confessar nossas falhas. Não
podemos crescer em Cristo sozinhos. Fomos feitos para viver em comunidade.
Há um terceiro
elemento que produz o ambiente propício para a transformação — responsabilidade
mútua. Responsabilidade
significa levar o contexto relacional do discipulado a outro nível.
Responsabilidade significa autorizar seus parceiros de discipulado a exigir que
todos cumpram os compromissos que assumiram uns com os outros. Deve haver
concordância em torno de um pacto assinado por todos (v. p. 20). Pacto é um
acordo mútuo por meio do qual todos afirmam claramente suas expectativas. Ao
fazer isso, um está autorizando o outro a fiscalizar o cumprimento do pacto.
Em resumo, quando a verdade da
Palavra de Deus ocupa o centro dos relacionamentos autorreveladores, íntimos e
fundamentados em responsabilidade mútua, temos em mãos os ingredientes para a
transformação motivada pelo Espírito. Essa ferramenta proporciona a estrutura
para a aglutinação desses três elementos. E se for acrescentada a essa unidade
de discipulado uma visão para equipar os seguidores de Jesus a passar a fé
adiante, de uma geração a outra, conseguiremos os componentes para renovar um ministério
a partir de sua base.
Este material é parte do artigo
“Elementos
essenciais do Discipulado Um guia para
edificar sua vida em Cristo” do autor Greg Ogden.
Tradução: Maria Emília de Oliveira.
Publicação da Editora VIDA
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