Livra os que estão
sendo levados para a morte, e salva os que cambaleiam indo para serem mortos.
Se disseres: Não o soubemos, não perceberá aquele que pesa os corações? Não o
saberá aquele que atenta para tua alma? E não pagará ele ao homem segundo as
suas obras? (Pv 24:11,12) ... alguns ainda não têm conhecimento de
Deus; isto digo para vergonha vossa (I
Cor 15:34b).
Ouve-se muito sobre
crescimento da Igreja, sobre plano de expansão e sobre a volta de Cristo
relacionada com a tarefa da evangelização. Sermões são pregados e livros são
escritos sobre a importância da “paixão pelas almas” e assuntos do gênero. Essa
é uma preocupação válida, e parece justo que ocupe o centro das discussões
eclesiásticas. Afinal, a igreja é o verdadeiro agente do reino de Deus na terra
e, como tal, deve preocupar-se com a expansão desse reino e com o cumprimento
cabal de um dos propósitos mais nobres de sua permanência aqui.
Por outro lado, tudo
isso só pode dar certo se cada crente evangelizar, testemunhando daquilo que
tem recebido de Deus; se cada conselho de igreja se empenhar na abertura de
pontos de pregação; e se cada família preocupar-se ativamente com a salvação de
seus parentes, amigos e vizinhos.
Contudo,
forçosamente, somos obrigados a admitir o esfriamento do interesse pela prática
da evangelização. Talvez não sejam muitos os crentes que evangelizam uma pessoa
por ano. Além disso, também não é grande o número das igrejas que têm ponto de
pregação. E, conseqüentemente, quando famílias evangélicas mudam-se para
regiões afastadas, na maioria dos casos, já não se preocupam tanto com a
abertura de novas frentes de evangelização.
Como uma
necessidade decorrente desse esfriamento, vão surgindo também as desculpas.
Dizem alguns que a cultura dos nossos dias impossibilita a obra da
evangelização. Argumentam que as pessoas são intransigentes e que não querem
ouvir sobre o Evangelho de Cristo e que, com o processo de globalização,
universalizou-se, também, o mundanismo e a falta de interesse por conceitos
absolutos e religiosos.
Tudo isso tem sua
parcela de verdade, mas quando consideramos as dificuldades enfrentadas pela
igreja primitiva para evangelizar, constatamos que aquele não foi um período
mais fácil do que o atual. Para que se tenha uma idéia, basta que nos lembremos
de Estevão e de Paulo. Além disso, acredita-se que dentre todos os apóstolos,
apenas João teve morte natural. Todos os demais foram martirizados por causa do
trabalho que faziam.
A grande pergunta
é: O que os crentes dos nossos dias vão esperar? Será que eles vão esperar por
dias em que o trabalho de evangelização não tenha obstáculos? Será que vão
esperar por dias em que os pecadores venham sedentos à procura do Evangelho da
salvação? Será que vão esperar por um período em que seja fácil pregar o
Evangelho de Jesus Cristo? Ou será que existe outro método para o crescimento
da igreja? Ora, todos sabemos dos espinhos dessa estrada, mas todos sabemos,
também, que este é o único caminho para glorificar a Deus na nossa vida.
Assim, não queremos
escrever sobre a evangelização apenas
como um programa, ou um plano de expansão, mas principalmente como o propósito
cristão de glorificar a Deus. A fé reformada propõe o mais elevado objetivo da
evangelização; e não é apenas a salvação de almas, ou crescimento da Igreja de
Cristo, tampouco a vinda do reino de Cristo. Todos esses objetivos da evangelização são importantes,
inestimavelmente importantes; mas são apenas meios para a consecução do fim
para o qual todas as coisas foram
trazidas à existência – A GLÓRIA DE DEUS. Portanto, o trabalho de evangelização
não é apenas mais um trabalho dos filhos de Deus, ele ocupa lugar de destaque e
é uma das razões pelas quais o Senhor não nos levou para o céu no dia da nossa
conversão; uma importante razão para o Senhor nos preservar com vida neste
mundo.
Foi essa motivação
que levou o apóstolo Paulo a exclamar: “Ai de mim se não pregar o
Evangelho!” (I Cor 9.16); Knox, a dizer em sua oração: “Dá-me a Escócia
ou eu morro”; Henry Martin, a orar, ao chegar às praias da Índia: “Aqui quero ser
inteiramente gasto por Deus”; Simonton a dedicar sua vida ao serviço de
Deus no Brasil; enfim, essa tem sido a motivação de todos os destacados servos
de Deus.
Há muitos,
relativamente, que estão prontos a assumir a profissão de fé, mas há bem poucos
que estão dispostos a orar como Davi: “Digo ao SENHOR: Tu és o meu Senhor;
outro bem não possuo, senão a ti somente” (Sl 16.2), ou como Henry Martin.
A grande maioria dos crentes sente-se feliz ao professar publicamente a fé, mas
bem poucos estão dispostos a assumir a função que lhes cabe no corpo de Cristo.
Em resumo, se verdadeiramente somos SERVOS de Deus,
isso deve tornar-se evidente em nossa vida, como diz a Palavra de Deus: (João
14:15; 15:14; I João 2:3,4) “Se me amais, guardareis os meus
mandamentos” (Jo 14.15); “Vós sois meus
amigos, se fazeis o que eu vos mando” (Jo 15.14); Ora, sabemos que o
temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos. Aquele que
diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está
a verdade (I Jo 2.3,4). A pergunta é: Como sua igreja e você têm
obedecido ao mandamento da evangelização?
Portanto, que jamais nos esqueçamos de que o único propósito da nossa vida é a GLÓRIA DO
NOME DE DEUS. E, como disse Paulo: “Acaso,
não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o
qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora,
pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (1 Cor 6.19,20).
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