A doutrina da
eleição é claramente exposta na Bíblia. Isso não significa que é uma doutrina fácil de ser aceita por nosso
intelecto decaído. Significa apenas que ela está nitidamente presente nos Escritos Sagrados e nenhuma pessoa
que aceita a Bíblia como revelação perfeita de Deus pode negar que os seus escritores a
expuseram enquanto eram movidos pelo Espírito Santo a escrever (2Pedro 1.20,21).
Sendo uma doutrina
de difícil compreensão, várias perguntas a cercam. Uma delas, talvez das mais
comuns, é “como posso saber se sou um eleito de Deus?”. A resposta básica a
essa pergunta é bem simples: se você crê em Cristo tendo-o como salvador
suficiente e único, você é um eleito, pois esse modo de crer se constitui
precisamente na “fé dos eleitos” (Tito 1.1). Se, por outro lado, você rejeita essa fé e, ao longo da vida,
perseverar nessa postura até a morte, você não é um eleito, pois ninguém que
tenha sido escolhido por Deus morre na incredulidade. De fato, todos os eleitos
são também chamados por Deus, depois justificados e, finalmente, glorificados (Rm 8.30). Assim, nenhum deles morre fora da
fé!
Como se vê, a prova
da eleição é a fé em Cristo. Jesus disse aos judeus que tinha outras ovelhas
fora do aprisco de Israel (Jo 10.16; veja-se também João 11.51-52). Essas ovelhas eram pessoas de todas as nações, homens e mulheres
escolhidos pelo Senhor que ainda não tinham sequer ouvido sua mensagem. Mesmo
assim, uma vez que eram eleitas, Jesus as chamou de “minhas ovelhas”. Como, porém,
os pregadores enviados pelo Mestre conseguiriam distinguir essas ovelhas das
outras pessoas espalhadas pelo mundo? A resposta do Senhor foi simples: “Elas
ouvirão a minha voz!” Com efeito, sendo a fé salvadora um dom de Deus (Jo 6.44,65; Ef 2.8; Hb 12.2), somente seus escolhidos experimentariam a alegria de nutri-la no
coração, sendo esta a principal marca da eleição divina.
Há, porém, outros
fatores que podem ser observados como provas da eleição de uma pessoa. Um texto
importante que auxilia na compreensão disso é 1Tessalonicenses
1.3-4. Nesse texto, Paulo afirma que
reconhecia a eleição dos crentes de Tessalônica ao observar a operosidade da
sua fé, a abnegação do seu amor e a firmeza da sua esperança.
A operosidade da fé mostrava que o
evangelho não havia chegado àquelas pessoas somente em palavras, mas com poder
ministrado pelo Espírito Santo (v.5), de modo que a fé que tinham era produtiva, ou seja, não se tratava de
uma fé morta ou estéril, mas uma fé que realizava algo e produzia frutos. No
texto, é possível perceber que essa fé fora operante no sentido de fazer com
que os tessalonicenses se tornassem imitadores de Paulo e de Cristo,
tornando-se modelos para os crentes de toda a Grécia (vv.6-7).
A abnegação do amor apontava para a
disposição amorosa de trabalhar para o Senhor mesmo sob um custo alto,
enfrentando oposição, perseguição e lutas sem esmorecer (v.6). Os crentes de Tessalônica serviam
ao Senhor com amor e isso lhes custava caro numa sociedade pagã — mas eles
permaneciam firmes e Paulo viu nisso mais uma prova de que eram eleitos.
Finalmente, firmeza da esperança diz respeito a uma esperança paciente
na vinda do Filho de Deus (v.10). O homem salvo não fixa seu coração nas coisas do presente século na
expectativa de que a felicidade venha delas. Em vez disso, desfruta da
realidade que o circunda sabendo que é apenas uma dádiva temporária e que a
real satisfação se encontra no divino Doador que um dia virá. Com essa
percepção, ele aguarda com doce expectativa o dia em que o Reino de Deus se estabelecerá
neste mundo e no porvir, não se deixando dominar pelas propostas ilusórias do
pecado.
Eis aí, portanto, algumas evidências
da eleição. Como se vê, não é difícil detectá-las na vida de alguém. Paulo as
encontrou nos crentes recém-convertidos de Tessalônica. Ele as encontraria em
você?
Postado por Rev. José Francisco
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