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sexta-feira, 1 de junho de 2012

LIVRO DEUS EM AÇÃO


RESENHA
José Francisco do Nascimento
Veith Jr., Gene Eduard. Deus em ação: A vocação cristã em todos os setores da vida. São Paulo. Cultura cristã, 2007. 127p
Gene Eduard Veith, Jr. é autor e co-autor de vários livros notáveis sobre o cristianismo e cultura, incluindo tempos pós-modernos, da cultura cristã. Também é editor de cultura da revista World, é conferencista e contribui para um grande número de periódicos.
Deus em ação enfatiza o ensino da doutrina da vocação mostrando o que Deus faz em sua soberania por meio de nosso chamado em todos os sentidos da vida. Seja nos lares, no trabalho, na igreja ou na sociedade. É um livro que leva o leitor a descobrir que Deus está agindo, e tem um propósito vocacional em todas as áreas comuns da vida do seres humanos. Conhecer a doutrina da vocação nos conduzirá a uma vida cristã mais estruturada espiritualmente no pensar e no agir.
Gene Eduard neste livro expõe a doutrina da vocação e a maneira como aplicá-la de forma prática a vida pós-moderna. A obra está distribuída em onze capítulos. Do primeiro ao quarto, ele aborda a vocação do cristão, como Deus opera o propósito da vocação e como descobrir a vocação. Do capítulo cinco até o final do livro ele trata especificamente das implicações nos diversos setores da sociedade, seja no trabalho, na família, como cidadão e na igreja. O livro faz uma abordagem do ponto de vista ético, realista e final, apontando o nosso descanso em Cristo. No capitulo introdutório Gene Edward levanta alguns questionamentos como: “Qual o objetivo da vocação, como descobrir, como Deus chama para diferentes tarefas e como ele age diariamente no que fazemos. Ele responde esses questionamentos nos próximos capítulos”. Numa perspectiva reformada, especificamente Luterana de enxergar a vocação como uma manifestação da ação de Deus no trabalhador, no cidadão ou no pai de família. O autor instiga a uma reflexão sobre o agir de Deus, por meio da providência em todos e para todos. São verdades que conduz o leitor a perceber com clareza “o propósito da vocação” nos relacionamentos, demonstrando o amor de Deus ao próximo. (Mt 25.40).
Descobrir vocação não é tarefa fácil. Porém, sabemos que todos de alguma forma têm uma vocação ou múltiplas vocações dentro da vocação. Segundo Gene Edward, “ninguém escolhe a vocação, não depende de nós, e sim de Deus (p. 41)”. Seja no âmbito secular ou religioso, somos convocados por ela. O capítulo 4 lança forte luz para o entendimento da doutrina da vocação, esclarecendo como Deus age e por quem Ele age. Os próximos capítulos (5 a 8) são mais específicos, pois trata da vocação no trabalho, na família e na igreja, numa perspectiva bíblica para a vida do cristão.

Após a queda o trabalho que era pra ser só bênção, passou ser também visto como uma maldição. Ele pode causar satisfação, mas também pode ser frustrante, inútil e exaustivo” (p. 50). “Embora o cristão esteja no mundo, não pode se comportar em conformidade com o mundo. A partir do momento em que enxergamos a presença de Deus... e percebemos que ele está agindo [...] teremos encontrado a nossa vocação” (p. 53).

Isso ajuda nos relacionamentos entre cristão e não cristão. Pois diante de Deus todos são iguais, seja senhores ou servos. Todos nascem numa família. Este princípio foi instituído por Deus em Adão e Eva. Hoje os estudos antropológicos afirmam que “A família é à base de toda a cultura”. Portanto a vocação familiar dá sustentação às demais vocações, pois ela se entrelaça entre os membros da família: no pai, na mãe e nos filhos, cada um com sua função distinta. O apóstolo Paulo compreendeu e ensinou essa doutrina muito bem, comparando com a união de Cristo e sua igreja (Ef 5 28-33). O autor uma colocação interessante quando diz: “Embora a autoridade dentro da família e em outras vocações seja real, esse não é o objetivo da vocação” (p. 71). Outro assunto abordado que é relevante, é o nosso comportamento como cidadão diante do estado. Como cristãos precisamos refletir e compreender a dimensão da submissão às autoridades constituídas por Deus (Rm. 13). Em um sistema democrático o cristão tem oportunidade de governar mesmo sem assumir cargos políticos. Podendo fazer isso obedecendo e lutando por justiça para todos. Na igreja, a vocação se restringe mais para o campo espiritual. Embora todos tenham dons, “Cristo age de maneira poderosa na vocação do pastor”. Tudo isso está dentro do propósito e da providência de Deus. O chamado na igreja tem algumas implicações, pois exige deixar o mundo do pecado, para fazer parte da comunidade santa, embora cheia de diversidades é um organismo vivo; pois é o corpo de Cristo. Os três últimos capítulos, A ética da vocação.
Conhecer a ética vocacional é viver na luz, pois em todos os aspectos da vida reflete a doutrina da vocação. Ela abrange todas as áreas da vida, seja âmbito espiritual ou material. O autor frisa que “A reforma colocou a doutrina da vocação bem no centro do ensino”. (p.104). O pecado da falta de amor ao próximo, do orgulho, da ganância, do egoísmo, etc., vida a vocação. Essa forma que tudo que fizermos e que dá contra os princípios da palavra de Deus é pecado e assim fere a vocação. Outro aspecto importante é a autoridade para exercer vocação dentro das normas legalmente e estabelecidas o que concede tanto responsabilidade, privilégios quantos limites e liberdade então quando alguém tenta fazer algo que é da sua área vocacional, está ferindo e agindo fora da vocação. Graças a Deus que apesar de nós ele cumpre seu propósito em nós e através. Neste livro fica claro que seguir uma vocação não é tarefa fácil. Mas através das provações, tribulações, e nos fracassos, o cristão está consciente da sua dependência de \Deus. Porém nós só reconhecemos essa dependência quando oramos e nos submetemos a sua vontade de fato a oração é um caminho a ser trilhado pela vocação, em busca da resposta de Deus, seja para aprovação ou não. Neste capitulo dez ele cita Lutero, inclusive enfatizando a importância da oração para ele. Ele une dois elementos importantes para a vida dos cristãos “a oração e a fé” esses dois são inseparáveis, aqui está à diferença em o que serve a Deus e o que não serve.
Finalmente na conclusão ele aborda sobre como podemos descansar na vocação. O trabalho é bíblico, nele nós desenvolvemos nossas vocações. O descanso vem depois do trabalho. Na vocação quando ficamos atribulados por causa da tarefa diária, podemos ter certeza que encontramos refrigério e descansamos em Cristo. A pergunta final é: “como o cristão poder influenciar na cultura novamente a doutrina da vocação como foi na reforma”. O chamado da vocação não exige, necessariamente troca de funções no trabalho na verdade ele nos guia a desenvolve tudo para a gloria de Deus que é quem nos chama.

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