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segunda-feira, 28 de junho de 2010

A OBRA DA REDENÇÃO – SOTERIOLOGIA & Ordo Salutis

Resumo de aula de Teologia Sistemática no Seminário Teológico do Nordeste- Teresina, Pi.

(1) PACTO DAS OBRAS = O primeiro Adão
Obediência Ativa
Vida Eterna
Antes do Pacto
Na Base da Impecabilidade
Depende de um Mérito

(2) PACTO DA REDENÇÃO = O segundo Adão
Obediência Ativa e Passiva
Salvação e Vida Eterna dos Eleitos
Depois do Pacto
Na Base da Impecabilidade
Depende de um Mérito e Quitar um Débito

(3) PACTO DA GRAÇA = O Homem (substituído)
Arrependimento e Fé
Salvação e Vida Eterna
Depois do Pacto
Feito com Pecadores
Feito em Base Vicária Substitutiva (Rm 4)

O pacto das Obras é baseado na obediência (Aminianismo).
Deus cria o homem e faz um pacto para livrá-lo do estado de queda. Ai ele elaborou o pacto da obediência (pacto das obras) Ativa, ou seja, perfeita que significa “não pecar”, cumprir tudo que Deus quer, ser como Deus em pensamento e ação.
Porém, a verdade é que Deus não se relaciona com pecador, por isso o pacto é feito com individuo que não tem pecado (Cristo).
O pacto da Redenção é muito mais exigente do que o das obras. Tem que ter obediência “ativa e passiva” que é o sofrimento de Cristo.
Salvação para quem tem pecado - Cristo se fez pecador
Vida eterna para quem tem pecado - Cristo é perfeito Deus
Tudo que adão não fez, Cristo fez por ele – Ativo e Passivo.
Obediência Ativa = vida eterna
Obediência passiva = a salvação.
O papel principal do Espírito Santo no processo de nossa salvação é fazer-nos um em Cristo. O Espírito é quem aplica a redenção aos nossos corações e vidas, o Espírito vive ou habita em nós.

SOTERIOLOGIA
A ordo salutis (ordem da salvação)
A ordo salutis descreve o processo pelo qual a obra as salvação, realizada em Cristo, é concretizada subjetivamente nos corações e vidas dos pecadores.
Ordem definida: embora a Bíblia não nos dê explicitamente uma ordem da salvação completa, oferece-nos base suficiente para a referida ordem.
São os vários atos definidos (judiciais/recriados)

A ORDO SALUTIS* 
01 – Graça Comum
02 – Vocação Externa
03 – Regeneração 
04 – Vocação Eficaz
05 – Conversão Ativa
06 – Conversão Passiva
07 – Arrependimento
08 – Fé
09 – União Mística
10 – Justificação 
11 – Justificação Ativa/objetiva
12 – Justificação Passiva/subjetiva
13 – Santificação
14 – Perseverança

A Ordo Salutis, segundo Louis Berkhoff: (Salvos pela Graça de Hoekema)
1. Vocação
2. Regeneração
3. Conversão (incluindo Arrependimento e Fé)
4. Justificação
5. Santificação
6. Perseverança
7. Glorificação

A Ordo Salutis, segundo Murray: (Salvos pela Graça de Hoekema)
1. Vocação
2. Regeneração
3. Arrependimento e Fé
4. Justificação
5. Adoção
6. Santificação
7. Perseverança
8. Glorificação

*Primeiro vem os atos judiciais e depois os atos criadores.
Ordem razoável: não há ordem cronológica, e sim lógica.
- Distinção entre os atos judiciais e os atos recriadores de Deus: como (justificação) alterando o estado ou posição, e estes (como a regeneração e a conversão), alterando a condição de pecador – entre a obra realizada pelo Espírito Santo no subconsciente (regeneração), e a obra realizada na vida consciente (conversão; entre aquilo que se refere ao despojamento do homem velho [arrependimento, crucificação do homem velho]), e aquilo que constitui o revestimento do homem novo (regeneração e, em parte, santificação); e entre o princípio da aplicação da obra de redenção (na regeneração e na conversão propriamente dita), e a continuação dessa aplicação (na conversão diária e na santificação).
- Deus não se relaciona com pecador a não ser por atos judiciais- somente em Cristo, pelo seu ato justo.
- Não pode haver novo pacto de obra com o pecador.
Com o pecado temos conseqüências judiciais e conseqüências naturais.
*Medida com relação à lei = Atos judiciais = altera o estado do homem.
*Medida com relação à natureza humana = Atos recriadores = altera a condição.

O Estado é o ato judicial do pecador.
A condição é aquilo que o pecado alterou no homem.
- Consciente: conversão, justificação (subjetiva).
- Subconsciente: regeneração, justificação (objetiva).
Santificação
Conversão
Regeneração
Justificação = Base
2. O conceito Luterano
A ênfase está no que o homem faz antes daquilo que Deus faz.
3. Conceito Católico Romano
A doutrina da Igreja precede à discussão da ordo salutis. O conceito de igreja visível.
O batismo regenera criança, graça suficiente para adulto, que ilumina a mente fortalecendo a vontade. Também transforma numa graça cooperante.
4. Conceito Arminiano
Crê que o pecado de Adão é limitado, para eles o homem nasce bom. O homem resolve o seu problema do pecado original.
Texto contra os arminianos: Rm. 4: 4-5 e Gl. 5:4
A oferta do evangelho vem a todos os homens, indiscriminadamente, e exerce apenas uma influência moral sobre eles, enquanto eles detêm o poder de resistir-lhe ou de render-se a ele.
- É influência moral porque se não eles irão cair em graça inresistível.
II- Operações do Espírito Santo em geral
Operação geral é na criação e manutenção
Operação especial é soteriologia.
Na criação: operações gerais.
Na recriação: operações especiais- soteriologia.
Nas operações gerais: origina, mantém, desenvolve e guia a vida da criação natural, restringe a determinação e devastação causados pelo pecado; faz os homens manterem certa ordem e decoro; estimula os homens a fazerem o bem; dá talentos e dom da criação ao homem.
Nas operações especiais: origina, mantém, desenvolve e guia a nova vida que nasce do alto, capacita a obediência: Sal e Luz.
Graça e Conceitos- Comum e Especial
A graça comum promove ordem e ações sociais.
A graça comum:
1. Restrição do pecado.
2. Adiamento do julgamento (chuva, vida, comida, saúde, prosperidade etc).
Deus dá a todos os homens
A.) A extensão da graça especial é determinada pelo decreto da eleição. Limita-se aos eleitos.
- A graça comum não sofre esta limitação, mas outorga indiscriminadamente a todos os homens.
Decreto da eleição e da reprovação não tem influência determinante sobre ela. Nem seque ser pode dizer que os eleitos recebessem maior proporção da graça comum que os não eleitos. É matéria de conhecimento geral, os ímpios possuem maior medida da graça comum e tem maior participação nas bênçãos que os justos.
B). A graça especial remove a culpa e a penalidade do pecado, muda a vida interior do homem, e gradativamente o purifica da corrupção do pecado pela operação natural do Espírito Santo. Sua atividade invariavelmente redonda na salvação do pecador. Por outro lado, a graça comum jamais remove a culpa do pecado, não renova a natureza humana, mas apenas tem um efeito restringente sobre a influência corruptora do pecado e, em certa medida, suaviza os seus resultados.
Não efetua a salvação do pecador, embora nalguma das suas formas aparentes (vocação externa e iluminação moral), esteja estreitamente relacionada com a economia da redenção e tenha uma aparência soteriológica.
O processo da salvação não deve ser entendido como uma série de experiências sucessivas, como se segue:
Regeneração- conversão- justificação- santificação- perseverança.
Em vez disso, o processo de salvação deve ser visto como uma experiência unitária que envolve diversos aspectos que começam e continuam simultaneamente.

UNIÃO MÍSTICA
Teologicamente trata da união do crente com Cristo.
Definição: a união íntima, vital e espiritual entre Cristo e o seu povo, em virtude da qual ele é a fonte da sua vida e poder, da sua bendita ventura e salvação.
É uma operação especial efetuada pelo Espírito Santo de maneira misteriosa e sobrenatural. A união mística é o estar em Cristo- justificados mediante a fé salvadora, em santificação.
A união mística com Cristo tem suas raízes na eleição divina (Ef. 1: 3-4)
A base da união com Cristo: a união com Cristo tem sua base na obra redentora de Cristo. Deus Pai apresentou ao Filho um povo a redimido do pecado, e o Filho veio à terra para levar a termo a obra redentora em favor do seu povo. Não podemos pensar na obra redentora de Cristo à parte da união entre Cristo e seu povo, que foi planejada e decretada desde a eternidade.
Real união com Cristo: essa união marca e faz possível o inteiro processo da salvação. Do começo ao fim, somos salvos unicamente em Cristo.
1. Inicialmente somos unidos com Cristo na regeneração ( novo nascimento). A regeneração ocorre no momento em que somos salvos, unidos com Cristo. Essa união não é apenas o inicio da nossa salvação; ela sustém, enche e aperfeiçoa todo o processo de salvação.
2. Apropriamo-nos e continuamos a vivenciar essa união com Cristo pela fé. Pela fé nós realizamos e experimentamos o fato de que fomos feitos novas criaturas em Cristo Jesus.
3. Somos justificados na união com Cristo. Justificação é o ato de Deus pelo qual ele imputa (ou atribui o crédito) aos crentes a perfeita satisfação e justiça de Cristo de tal forma que todos os seus pecados são perdoados e vistos eles são considerados perfeitamente justos aos olhos de Deus.
4. Somos santificados através da nossa união com Cristo. Santificação num censo progressivo pode ser definida como a obra de Deus pela qual o Espírito Santo progressivamente a vida do crente, e o habilita a viver para o louvor de Deus. Esse aspecto da nossa salvação, também só pode ser experimentada em união com Cristo.

VOCAÇÃO EXTERNA
1. O autor da nossa vocação é a obra de Deus trino.
2. Vocatio realis e verbalis.
Vocatio realis (‘res’ coisas); vocação pela revelação geral (a natureza, historia, experiência da vida, ambiente da vida, vicissitude da vida) não leva a salvação- ensina “a lei” (a lei pede) e na odo evangelho.
Vocatio verbalis- (verbum ‘palavras’); o ato gracioso de Deus pelo qual ele convida os pecadores a aceitarem a salvação oferecida em Cristo Jesus. Pela revelação especial (o evangelho dar) pela palavra de Deus, leva a salvação.
O meio da graça “vocatio verbalis” o chamamento divino que chega ao homem por intermédio da pregação da palavra de Deus.
Conceito de Vocação externa: consiste na apresentação e oferta da salvação em Cristo aos pecadores, juntamente com uma calorosa exortação a aceitarem a Cristo pela fé, para obterem o perdão dos pecados e a vida eterna.
a). Elementos contidos na vocação externa
1. Uma apresentação dos fatos e da doutrina da redenção de Adão à Cristo- teologia dos pactos.
2. Um convite ao pecador para aceitar a Cristo com arrependimento e fé. Convite com uma exortação ao arrependimento para crer, aceitar a Cristo pela fé, mas Deus é quem efetua nele tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. Fp. 2;13.

* Esta ordos salutis é do Professor de teologia sistemática Rev. Moisés Bezerril no STNe
Zé Francisco é estudante do 3º ano de Teologia no STNe, Tesrena, Pi.

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