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segunda-feira, 29 de abril de 2019

OS ATRIBUTOS DE DEUS (2)

1.  A SANTIDADE DE DEUS. A santidade de Deus é, em primeiro lugar, aquela perfeição divina pela qual ele é absolutamente distinto de todas as suas criaturas, bem como exaltado acima delas em majestade infinita. Esse é o significado em Êxodo 15.11; 1Samuel 2.2; Isaías 57.15; Oseias 11.9. Temos em mente aqui, porém, mais particularmente a santidade ética de Deus, que consiste em sua separação do mal moral, isto é, do pecado. Conquanto a ideia fundamental dessa santidade seja a de separação, indica também algo positivo, a saber, a excelência moral ou a perfeição ética de Deus. Em sua presença, o homem sente-se oprimido com a consciência do pecado (Jó 34.10; Hc 1.13; Is 6.5).
Pode ser definida como aquela perfeição de Deus em virtude da qual ele eternamente determina e mantém sua própria excelência moral, aborrece o pecado e exige pureza de suas criaturas morais.
2.  A RETIDÃO DE DEUS. Esse atributo de Deus está intimamente relacionado com o anterior. É aquela perfeição de Deus pela qual ele se mantém contra toda violação de sua santidade, e mostra em todos os aspectos que ele é o santo. Dela devem ser distinguidos diferentes aspectos:
a)  Justiça regencial. É a retidão que Deus manifesta como soberano tanto dos bons como dos ímpios. Em decorrência dessa justiça, ele instituiu um governo moral no mundo, e impõe ao homem uma lei justa, com promessas de recompensa para o obediente e ameaças de castigo para o desobediente (Sl 99.4; Is 33.22; Rm 1.32).
b)   Justiça remunerativa. Essa justiça manifesta-se na distribuição de recompensas tanto aos homens como aos anjos (Dt 7.9,12-13; Sl 58.11; Mq 7.20; Rm 2.7; Hb 11.26). É realmente uma expressão do amor divino, distribuindo suas bondades, não estritamente com base no mérito, mas de acordo com a promessas e entendimento (Lc 17.10; 1Co 4.7)
c)  Justiça retributiva. Essa justiça relaciona-se com a aplicação de penalidades, e é uma expressão da ira divina. Num mundo sem pecado não haveria lugar para o seu exercício, mas num mundo cheio de pecado, ela tem necessariamente um lugar muito proeminente. Enquanto a Bíblia acentua a recompensa dos retos mais do que o castigo dos ímpios, mesmo esse último é distintamente realçado na Escritura (Rm 1.32; 2.9; 12.19; 2Ts 1.8).
3.  A VERACIDADE DE DEUS. A veracidade de Deus pode ser descrita como aquela perfeição em virtude da qual ele é verdadeiro em seu ser íntimo, em sua revelação e em sua relação com o seu povo. Implica que ele é o Deus verdadeiro em contraste com os ídolos que são mentira e vaidade; que ele conhece as coisas como realmente são e também habilita o homem a conhecer a realidade das coisas; que cumpre fielmente todas as suas promessas pactuais. Esse último aspecto da veracidade de Deus é usualmente chamado fidelidade. É a base da confiança de seu povo, o fundamento de sua esperança e a causa do seu regozijo (Nm 23.19; 1Co 1.9; 2Tm 2.13; Hb 6.17; 10.23).
4.    A SOBERANIA DE DEUS. Sob este tópico geral consideramos a vontade soberana de Deus, ou sua soberania em planejar e dirigir os negócios do mundo e de suas criaturas racionais; e o poder soberano de Deus, sua onipotência, ou a soberania de Deus em executar a sua vontade.
a) A vontade soberana de Deus. A vontade soberana de Deus se apresenta na Escritura como a causa final de todas as coisas: da criação e da preservação (Ap 4.11), do governo (Pv 21.1; Dn 4.35; Ef 1.11), dos sofrimentos de Cristo (Lc 22.42; At 2.23), da eleição e reprovação (Rm 9.15-16), da regeneração (Tg 1.18), da santificação (Fp 2.13), dos sofrimentos dos crentes (1Pe 3.17), da vida e do destino do homem (At 18.21; Rm 15.32; Tg 4.15), e até das menores coisas da vida (Mt 10.29).
1)  A vontade secreta e a vontade revelada de Deus. Várias distinções se aplicam à vontade de Deus, das quais a mais comum é aquela entre a sua vontade secreta e a vontade revelada. A primeira é a vontade dos decretos, que está em grande parte oculta em Deus, enquanto a última é a vontade de seus preceitos, que se revela nu lei e no evangelho. Essa distinção baseia-se em Deuteronômio 29.29. A vontade secreta de Deus é mencionada em Salmos 115.3; Daniel 4.7; Romanos 9.18-19; 11.33-34; Efésios 1.5,9,11; e sua vontade revelada em Mateus 7.21; 12.50; João 4.34; 7.17; Romanos 12.2. A primeira pertence a todas as coisas que Deus determina efetuar ou permitir, por isso são absolutamente certas. A última faz referência aos deveres que Deus prescreve ao homem; representa a maneira pela qual o homem pode gozar a bênção divina, e é frequentemente frustrado.
2)  A liberdade da vontade de Deus. Há certas coisas que Deus necessariamente determina. Ele não pode deixar de amar a si mesmo e deleitar-se com a contemplação de suas próprias perfeições. E não está, todavia, sob nenhuma compulsão mesmo nisso, mas age de acordo com a lei do seu ser íntimo.
Nenhuma dessas necessidades caracteriza a vontade de Deus com referência às suas criaturas. Deus escolhe voluntariamente o que e quem ele criará, e os tempos, os lugares e as circunstâncias de suas vidas. Ele marca os caminhos de todas as suas criaturas racionais, determina-lhes seu destino, e as usa para o seu propósito. E embora ele as dote de liberdade, sua vontade, controla-lhes as ações. A Bíblia fala da liberdade da vontade de Deus nos termos mais absolutos (Jó 11.10; 33.13; SI 115.3; Pv 21.1; Is 10.15; Mt 20.15; Rm 9.15-18; Ap 4.11).
3)  A vontade de Deus com relação ao pecado. Surgem sérios problemas sobre a relação da vontade de Deus com o pecado. Se Deus planejou todas as coisas, então planejou também a entrada do pecado no mundo. Isso não o torna o autor do pecado? Deve-se ter em mente, contudo, que Deus não decide, ele mesmo, efetuar o pecado, nem procura eficazmente sua comissão. Ele decretou permitir que suas criaturas racionais pecassem, tornando certa, com isso, a entrada do pecado no mundo, sem ele mesmo tornar-se o seu autor. Essa explicação da questão não resolve o problema inteiramente, mas salvaguarda a ideia da pureza moral de Deus. Outro problema origina-se da relação mútua entre a vontade secreta e a revelada. Às vezes, é dito serem contraditórias. Sua vontade secreta compreende muitas coisas que ele proíbe, e exclui muitas coisas que ele ordena em sua vontade revelada (Gn 22; Êx 4.21-23; 2Rs 20.1-7). Deus decretou que os judeus deviam crucificar Jesus; todavia, ao fazer isso, contrariaram a vontade revelada de Deus (At 2.23). Deve-se ter em mente, contudo, que ao fazer a distinção em pauta estamos usando a palavra "vontade" em dois sentidos diferentes. Por sua vontade secreta, Deus determinou o que ele fará ou o que acontecerá; por outro lado, em sua vontade revelada, ele nos revela o que devemos fazer. Além disso, a situação não é tal que de acordo com sua vontade secreta ele se deleita com o pecado, e de acordo com sua vontade revelada ele não se deleita com o pecado. O fato de ele ter decretado que o pecado entraria no mundo não dá a entender que ele tenha prazer nele.
b)   O poder soberano ou a onipotência de Deus. A soberania de Deus também encontra expressão no poder divino ou onipotência, o poder para executar sua vontade. A onipotência de Deus não deve ser entendida como afirmando que Deus pode fazer tudo. A Bíblia nos ensina que há muitas coisas que' Deus não pode fazer. Ele não pode mentir, pecar, transformar-se e nem negar a si mesmo (Nm 23.19; 1Sm 15.29; 2Tm 2.13; Hb 6.18; Tg 1.13,17). Os escolásticos erraram quando ensinaram que ele podia fazer toda espécie de coisas que são inerentemente contraditórias e podia até mesmo aniquilar-se. É mais correto dizer que, em virtude de sua onipotência, Deus pode, pelo mero exercício de sua vontade, realizar tudo que ele decidiu levar a cabo. E se ele assim desejasse, ele poderia fazer mais do que realmente faz acontecer (Gn 18.14; Jr 32.27; Zc 8.6; Mt 3.9; 26.53). A onipotência de Deus encontra expressão no nome El-Shaddai, e é claramente mencionada em diversas passagens da Escritura (Jó 9.l2; SI 115.3; Jr 32.l7; Mt 19.26; Lc 1.37; Rm 1.20; Ef 1.19).

PERGUNTAS PARA RECAPITULAÇÃO
  1. Como se dividem os atributos de Deus?
  2.  Quais deles pertencem a cada uma dessas classes?
  3.  O que é a independência de Deus? E sua imutabilidade?
  4.  Corno se pode explicar que a Bíblia aparentemente atribui mudança a Deus?
  5. O que é a eternidade e a imensidade de Deus?
  6. Como se pode provar a simplicidade de Deus?
  7. Qual a natureza e a extensão do conhecimento de Deus?
  8. Como a sua sabedoria se relaciona com o seu conhecimento?
  9. O que é a bondade de Deus, que outros nomes são usados para ela?
  10. Deve-se dizer que o amor é o atributo central de Deus?
  11. Como se distinguem a graça, a misericórdia e a longanimidade de Deus?
  12. O que é a santidade de Deus?
  13. Quais os vários aspectos da retidão de Deus?
  14. O que está incluído na veracidade de Deus?
  15. Que distinção se aplica à vontade de Deus?
  16. Sua vontade é livre, ou necessária?
  17. O decreto de Deus o toma o autor do pecado?
  18. A vontade secreta de Deus e a revelada estão em conflito?
   19. A onipotência de Deus dá a entender que ele pode fazer tudo?

Do Livro: Manual de Doutrina Cristã, Louis Berkhof - Ed. Cultura Cristã.

Um comentário:

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