INTRODUÇÃO:
Há
quem diga não gostar de ler o Antigo Testamento por varias razões. Alguns
argumentam o fato de estarmos no período do Novo Testamento, outros dizem não
compreender a linguagem de alguns livros, como os proféticos, por exemplo. Mas
no Novo Testamento encontramos textos dizendo que “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para
a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem
de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”. (2Tm 3.16-17).
ELUCIDADÇÃO:
Os
profetas menores são absolutamente relevantes para a nossa época. Sua mensagem
é contundente, oportuna e urgente. São chamados de profetas menores não porque
são menos importantes do que os profetas maiores, mas porque escreveram
mensagens mais resumidas.
Os
profetas menores são perturbadoramente atuais. Eles são nossos contemporâneos.
Embora tenham vivido há mais de 2.500 anos, abordam temas que ainda estão na
agenda das famílias e das nações. Eles são atemporais. São mais atuais do que
os periódicos semanais mais lidos dos nossos dias.
A
mensagem dos profetas menores não é periférica, mas toca no cerne dos problemas
que ainda afligem a alma humana. Joel, em especial, fala que o pecado atrai o
inevitável juízo divino, enquanto o arrependimento traz bênçãos materiais e
espirituais; temporais e eternas.
“Os profetas menores
lamentavelmente têm sido esquecidos pela nossa geração”. (DIAS).
JOEL, SEU TEMPO
E SUA MENSAGEM
Palavra do SENHOR que foi dirigida a
Joel, filho de Petuel. (Joel 1:1).
1.
A
VIDA DO PROFETA JOEL –
a)
Filho de Petuel à entre os livros de Samuel e Neemias há
referência a doze diferentes homens que receberam o nome de Joel. Esse, porém, é distinguido dos demais pelo
nome de seu pai. Nada mais se sabe sobre sua pessoa além do nome de seu pai. O
seu nome é mencionado apenas duas vezes na Bíblia em Joel 1.1 e Atos 2.16.
b) O
nome significa “O Senhor é Deus”. Na
cultura hebraica o nome tinha uma conexão com a vida. A escolha tinha a ver com
o significado espiritual. Expressa duas verdades benditas:
1)A singularidade
da pessoa de Deus. Não há vários deuses. O politeísmo é uma criação da mente
humana e não uma revelação divina.
2)Esse Deus único
é o Soberano. Ele é o Criador do universo. Ele é o Deus que governa a natureza,
as nações e tem em suas mãos o controle de tudo.
2.
A
ÉPOCA DA PROFECIA DE JOEL
a. Não
há unanimidade entre os eruditos acerca do tempo do profeta Joel. O livro não
nos informa e nem o livro faz alguma referência aos reis contemporâneos.
Refere-se aos sacerdotes (1.13), mas não se refere à Assíria ou à Babilônia,
nações que conquistaram e exilaram Israel e Judá.
b.
As duas datas preferidas para
situar o livro são o tempo do rei Joás (c. 830-810 a.C.) ou o tempo do Império
Persa (c. 400 a.C.). João Calvino chega a
afirmar que é melhor deixar a data de composição do livro sem definição, uma
vez que essa não é uma questão de grande importância. (citado por Hernandes
Dias). Van groningen diz que a data da profecia de Joel não é tudo o que
importa. O escopo de suas profecias e sua relação côa as profecias de outros
profetas escritores é que fazem a data importante. O sumário de sua atividade
profética inclui a mensagem dos profetas pré-exílicos, exílicos e pós-exílicos,
do ministério de Cristo e da era do Pentecostes.
3.
O ESTILO DO PROFETA JOEL
a.
Descritivo, poeta lírico e
dramático à
Suas descrições do ataque dos gafanhotos são vividas, dramáticas e reais. Descreve-os
como exército, nação e como povo.
b.
Conhecimento à
Ele demonstra profundo conhecimento da voracidade e destrutibilidade do ataque
dos gafanhotos e um profundo conhecimento da vida religiosa do seu povo.
Exerceu seu ministério sacerdotal em Jerusalém (2.23).
c.
Os contrates à
o sofrimento dos homens e animais (1.4-20) com a felicidade e a restauração da
produtividade da terra (2.18-27); julgamento divino das nações com as ricas
bênçãos do povo do Senhor (2.28-3.21);
Obs.:
há um grande debate entre os estudiosos
se o livro é literal, alegórico ou apocalipse. O que prevalece, no meu
entendimento, é o sentido literal.
4.
ENFASES DO PROFETA JOEL
a.
O pecado que atrai o juízo divino à
por causa do culto degenerado, pervertido pelos excessos dos participantes
embriagados e dos sacerdotes negligentes.
b.
O povo da aliança desobedece, Deus
disciplina à
as calamidades naturais eram chicotes da disciplina de Deus. Ele enviou seus
agentes disciplinadores.
c.
Arrependimento sincero suspende o
castigo e traz de volta a restauração à quando povo se
volta em lágrimas, Deus se volta com bênçãos materiais e espirituais. Mas ele
exige, além do arrependimento, frutos. Não ao ritual.
d.
O Dia do Senhor será dia de trevas
para os impenitentes e bênção indizível para o povo de Deus àEsse
é o TEMA unificador de toda a profecia de Joel. Essa frase aparece cinco vezes
no livro (1.15; 2.1,11,31; 3.14). é a chave para compreensão da profecia de
Joel, principalmente nos aspectos escatológicos e messiânicos.
5.
A TEOLOGIA DO PROFETA JOEL
Destaque para oito pontos importantes da teologia do
livro de Joel:
a.
A
Soberania de Deus à a praga, o
apelo ao lamento, as instruções para a conversão, a restauração, a dádiva do
Espírito e a convicção da vitória final são, todos, atos de Deus (2.11 com
2.20)
b.
O
arrependimento humano é o caminho seguro para a misericórdia divina
à
é a porta de entrada da graça (1.13,14; 2.12-17); o pecado do povo da aliança
traz consequências dramáticas em todos os sentidos da vida (2 Cr 7.14).
c.
A
salvação é pela graça mediante a fé e não uma conquista das obras
à
todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (2.32 com At 2.39; Rm
10.13).
d.
Os
líderes espirituais precisam ter discernimento do seu tempo e chamar o povo ao
arrependimento à os sacerdotes
são ministros de Deus (1.9,13,14; 2.17) e eles devem saber interpretar as
causas dos problemas que afligem o povo e chamar ao arrependimento, dando-lhes
exemplo.
e.
O
Deus da aliança é o Deus da restituição à
a restauração divina alcança a terra, o campo, as fontes, os animais, os
homens, o templo e o culto (2.18-27); tudo que estava morto pelo pecado recebe
vida pela conversão.
f.
O
derramamento do Espírito é uma promessa segura e abundante para o povo de Deus à
o profeta do pentecostes prediz mais explicitamente que qualquer profeta, o
derramamento do Espírito sobre toda carne (2.28-32). Essa promessa cumpriu-se
no dia de pentecostes (At 2.1-13) e ainda está disponível para os nossos dias.
g. O dia do Senhor é o dia do
julgamento final à O Dia do Senhor será um tempo de juízo
para os rebeldes e recompensas para os salvos (3.2-6,19). No seu governo moral,
o Senhor triunfará sobre todas as forças do mal (3.15,16).
h. A
restauração do povo de Deus será gloriosa
à
em contraste com as nações condenadas a destruição, os israelitas fiéis serão
libertos do poder dos inimigos e recompensados com as bênçãos do Senhor (3.18,
20).
APLICAÇÃO
1.
Devemos olhar com mais atenção os
livros do Antigo Testamento, principalmente os proféticos com o de Joel, que
tem uma mensagem atual.
2.
Como povo de Deus, aproveitemos
para aprender com os ensinos desse livro para andarmos na lei do Senhor para
não atrair os castigos ou juízos do senhor.
CONCLUSÃO
Essas bênçãos são
messiânicas e se cumprirão na plenitude de todas as coisas, quando a igreja de
Cristo reinará com ele num reino de glória. Amém.
Rev. José
Francisco – Pastor na Igreja Presbiteriana de Ipanguaçu-Rn
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