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sábado, 23 de fevereiro de 2013

SERMÃO EM EFÉSIOS 4.1-6

INTRODUÇÃO: Um homem visitava um hospício. O enfermeiro mostrava-lhe pacientemente os vários setores daquela casa. Intrigado com a flagrante desproporção entre o número de funcionários e o de enfermos ali internados, o visitante perguntou: - Vocês não tem medo de que os internos se unam e agridam vocês? Afinal, eles são em número muito maior! O enfermeiro respondeu: - Oh! Não, ninguém precisa ficar com medo. Os loucos nunca se unem.
A Igreja não é um hospício, apesar de algumas vezes parecer. Quando há brigas e desarmonias entre irmãos, a igreja se torna um lugar insuportável. Mas lembremos sempre que a igreja é um lugar de paz, e o nosso Deus não é de confusão.
ELUCIDAÇÃO:  Em efésios 4.1-6, Paulo fala da igreja como uma unidade orgânica. Essa unidade não é externa, institucional ou o resultado da engenhosidade humana. A unidade da Igreja é espiritual e foi criada pelo Espírito Santo.
Os três primeiros capítulos lidam com doutrina, nossas riquezas em Cristo, enquanto os últimos três exploram o dever, nossas responsabilidades em Cristo.
Paulo usa mais de uma vez a figura do corpo para descrever a unidade. Ele enumera quatro virtudes que caracterizam o andar digno do cristão. A unidade não é criada, mas é preservada (4.3). Ela já existe por obra de Deus, não do homem. Portanto, ecumenismo não possui amparo na Palavra de Deus. A unidade da igreja não é construída pelo homem, mas pelo próprio Deus triúno.

IGREJA, LUGAR DE UNIDADE

De que maneira se dará essa unidade cristã? Qual a minha parte?
1.   O ESFORÇO INDIVIDUAL NA UNIDADE (4.1-2);
Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados,
a)    Com toda a humildade (v. 2) a palavra rega tapeinophrosine, “humildade”, foi cunhada pela fé cristã. A humildade era desprezada pelos Romanos, pois era sinal de fraqueza. – Francis Foulkes diz que “em Cristo, a humildade tornou-se uma virtude”. Sua vida e morte foram serviço e sacrifício sem qualquer preocupação quanto à reputação (Fp 2.6). Como o cristão é chamado a seguir seus passos, a humildade ocupa uma parte insubstituível no caráter cristão”. Rev. Hernandes Dias diz que a “humildade representa pôr Cristo em primeiro lugar, os outros em segundo luar e o eu, em último lugar”. (Mt 11.29). William Baclay diz que a humildade provém do conhecimento que temos de nós mesmos. 1. Quem sabe que veio do pó, é pó e voltará ao pó não pode ser orgulhoso. 2. Confronto da própria vida com a vida de Cristo e 3. Criaturas totalmente dependentes do seu Criador.
   b)    Com toda mansidão,(4.2)  a palavra grega prautês,  “mansidão” (gentil) não é sinônimo de fraqueza; ao contrário, é a suavidade dos fortes, cuja força está sob controle. O manso não insiste no seu direito nem reivindica sua própria importância ou autoridade. Ela até abre Mao de seus direitos. Prefere sofrer o dano (1Co 6.7). Ex.: Abraão e ló na escolha da terra.  O manso controla  seu temperamento, impulsos, língua e desejos. Tem domínio de si mesmo.
c)    Com longanimidade, (paciência) a paciência é tipicamente uma virtude cristã. Pois os gregos não a considerava como virtude e sim como fraqueza. O paciente aguenta insultos, sofrimentos, provocações, infortuno, sem amargura nem lamento. O amor que tudo suporta.
d)    Suportando-vos uns aos outros em amor, (4.2) aqui “suportar” não é aguentar o outro com resignação estoica (austero), mas servir de amparo e suporte para o outro. Não faz com amargura, mas com amor. Suporta em amor, isso manifesta a prática da paciência. Amar o próximo como a si mesmo.

2.    A PRESERVAÇÃO DA UNIDADE (4.3)
Esforço diligente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz;
   a)    A unidade da igreja não é preservada por decreto, ou por decisões legais. Cada crente na sua forma de viver e agir é um instrumento de preservação da unidade.
   b)      CM = 135. Quais são os deveres exigidos no sexto mandamento?
R: Os deveres exigidos no sexto mandamento são todo empenho cuidadoso e todos os esforços legítimos para a preservação de nossa vida e a de outros, resistindo a todos os pensamentos e propósitos, subjugando todas as paixões e evitando todas as ocasiões, tentações e práticas que tendem a tirar injustamente a vida de alguém por meio de justa defesa dela contra a violência; por paciência em suportar a mão de Deus; sossego mental, alegria de espírito e uso sóbrio da comida, bebida, remédios, sono, trabalho e recreios; por pensamentos caridosos, amor, compaixão, mansidão, benignidade, bondade, comportamento e palavras pacíficos, brandos e corteses, a longanimidade e prontidão para se reconciliar, suportando pacientemente e perdoando as injúrias, dando bem por mal, confortando e socorrendo os aflitos, e protegendo e defendendo o inocente.

3.    O FUNDAMENTO DA UNIDADE (4.4-6)

a)    Um só Corpo (4.4). só existe uma igreja verdadeira, o corpo de Cristo, formada de judeus e gentis, a única família no céu e na terra. Começa na conversão e batismo pelo Espírito Santo. A igreja de Cristo é supradenominacional.
b)   Um só Espírito (4.4). É o mesmo Espírito que habita na vida de cada crente. “se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Ele” (Rm 8.9).
c)    Uma só Esperança (4.4). A esperança da volta gloriosa de Jesus, quando os mortos em Cristo receberão um corpo de glória, e os vivos serão transformados e arrebatados para encontrar o Senhor Jesus Cristo nos ares. Novo Céu e nova terra.
d)   Um só Senhor (4.5). o mesmo Senhor que morreu por nós, ressuscitou e vive por nós, um dia virá para nós. Perguntaram para Gandhi, líder espiritual da Índia: “Qual é o maior impedimento para o cristianismo na Índia?” Ele respondeu: “Os cristãos”. Confessar o senhorio de Cristo é um grande passo em direção entre a unidade entre seu povo.
e)    Uma só Fé (4.5). Essa fé tanto é o conteúdo da verdade que cremos, o nosso credo (Jd 3; 2Tm 2.2); como é nossa confiança pessoal em Cristo como Senhor Salvador.
f)     Um só Batismo (4.5). Esse é o batismo pelo Espírito no corpo de Cristo (1Co 12.13). Não se trata do sacramento do batismo que a igreja administra, mas daquela operação invisível que o próprio Espírito Santo realiza.  Paulo não está falando de forma (aspersão, imersão e Efusão) de batismo, mas do sentido do batismo, que é a nossa união com Cristo e sua igreja.
g)   Um só Pai (4.6). Deus é o Pai de toda a igreja, tanto a da terra, como a do céu. Deus é sobre todos, age por meio de todos e está em todos. (Atos 17.26-28).

APLICAÇÕES:
1.    Como você se avalia no conceito de cristão para lutar juntos pela fé evangélica?
2.    O que temos feito de bom que tem preservado a unidade da Igreja de Cristo?
3.    Qual tem sido o meu/seu fundamento para vivermos unidos na Igreja?

CONCLUSÃO:
Em síntese, podemos dizer que a unidade da Igreja tem a sua origem na Trindade. Primeiro, o único Senhor, cria a única família. Segundo, Jesus, o único Senhor, cria a única fé, a única esperança e o único batismo. Terceiro, o único Espírito, vivifica e mantém vivo o único corpo, a Igreja.

Rev. José Francisco - Pastor Efetivo da Igreja Presbiteriana do Brasil em Ipanguaçu-Rn

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