INTRODUÇÃO: Um
dos ministérios mais negligenciado pela igreja de senhor tem sido o ministério
de intercessão. Hoje, a maioria dos teólogos tem abandonado a trincheira da
oração. Separamos a academia da piedade, a pregação da oração. Precisamos
retornar às origens. A igreja de atos dos apóstolos 2.42 era uma igreja
perseverante na oração.
ELUCIDAÇÃO: A
primeira oração de Paulo, nessa carta, enfatiza a necessidade de iluminação;
ela enfatiza a capacitação. A ênfase agora não é no conhecer, mas no ser.
Essa oração é geralmente considerada a mais
sublime, a de mais longo alcance e a mais nobre de todas as orações das
epistolas paulinas. Essa oração é o ponto culminante da teologia de Paulo. É
considerada a oração mais ousada da história. Paulo está preso, algemado, na
antessala da morte, no corredor do martírio, com o pé na sepultura e com a
cabeça próxima da guilhotina da Roma. Ele tem muitas necessidades físicas e
materiais imediatas e urgentes, porém não faz nenhuma espécie de pedido a Deus
com relação à essas necessidades.
Os homens podem colocar Paulo atrás das
grades, mas não podem enjaular sua alma. Eles podem algemar suas mãos e pés,
mas não podem algemar seus lábios. Podem impedir Paulo de viajar, visitar e
pregar nas igrejas, mas não podem impedir Paulo de orar pelas igrejas.
Paulo estava na prisão, mas não inativo. Ele
estava realizando um poderoso ministério na prisão: o ministério da
intercessão.
PAULO ORA EM FAVOR DA IGREJA DE ÉFESO
O
que podemos aprender com a oração de Paulo?
1. ATITUDES DE PAULO NA ORAÇÃO (vv.14,15)
No
preâmbulo: John Stott diz que o prelúdio indispensável a toda petição é a
revelação da vontade de Deus. Não temos autorização alguma para orar por
qualquer coisa que Deus não revelou ser sua vontade.
(leitura da Bíblia e oração).
O
que aprendemos nessa introdução com o apóstolo Paulo? Três coisas:
a) Postura de reverência (v. 14). Dobro
meus joelhos perante o Pai. Os judeus normalmente oravam em pé, mas Paulo se
põe de joelhos. Essa postura só era usada em ocasiões especiais ou em circunstâncias
excepcionais (Lc 22.41; At 7.60). (Jesus e Estevão). A posição em si não diz
nada, mas sim quem ora de joelhos e a quem. Um santo de joelho enxerga mais
longe do que um filósofo na ponta dos pés. “Quando um homem trabalha, o
homem trabalha; mas quando o homem ora, Deus trabalha”. (citação do rev.
Hernandes Dias).
b) Motivação
de exultação pela obra de Deus na igreja (vv. 14,15). “De
quem toma o nome
toda família, nos céus e na terra”.
1. Paulo fala da gloriosa reconciliação
(gentios + Deus + judeus = uma igreja, o corpo de Cristo). (Ver Hb 12.22,23).
2. Paulo se dirige a Deus como nosso
Pai = confiança + Intimidade + ousadia + acesso confiante. Russel Shedd diz que
“toda a ideia de paternidade se
manifesta, tanto no céu como na terra, referindo-se à figura original da
paternidade de Deus”. Deus como o Criador de todos. Um Pai nosso o Céu.
c) Audácia confiante
(v. 16). Paulo manifesta o desejo de que Deus atenda às suas súplicas “segundo
as riquezas da sua glória” (v. 16). “A glória de Deus não é um atributo de
deus, mas o fulgor pleno de todos os atributos de Deus”. Cutis Vaughan diz que
o apóstolo tinha em mente os ilimitados recursos que estão disponíveis a Deus.
Seus recursos são inesgotáveis.
2.
O
CONTEÚDO DE PAULO NA ORAÇÃO (3.16-19).
As
petições de Paulo são como degraus de escada, cada uma delas subindo mais,
porém, baseadas todas no que veio antes. O ponto culminante dessa oração está
nas palavras do versículo 19: “para que sejais
preenchidos de toda a plenitude de Deus”. O que Paulo pede
a Deus?
a) Poder
interior (vv. 1,17) “... que sejais fortalecidos com o poder do
Espírito Santo. E que habite Cristo no vosso
coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor”. A preocupação
de Paulo não é com coisas materiais, mas com as espirituais. Diferente do que
vemos na TV e nos shows gospel.
A
presença do Espírito na vida é evidência da salvação (Rm 8.9), mas o poder do
Espírito é a evidência da capacitação para a vida (At 1.8). Precisamos ser
fortalecidos com o poder do Espírito porque somos fracos, porque o diabo é
astucioso, porque nosso homem interior (mente, coração, vontade) depende do
poder do alto para viver em santidade. Poder do Espírito Santo nos é dado conforme
as riquezas da sua glória.
Habitação de Cristo – o cristão é templo
do Espírito Santo para que Cristo habite intensamente na sua vida. A palavra
grega Katoikéo significa tomar conta
de toda a casa, tendo procuração ou autorização completa, de forma a poder
fazer limpeza nas despensas se quiser, mudar a mobília como quiser, jogar fora
o que quiser. Ele é o dono. (Russell
Shedd, em “Tão grande salvação”). Também tem o sentido de
sentir-se bem ou sentir-se em casa. Cristo sente-se bem em nosso coração? O coração
do crente é o lugar da habitação de Cristo, onde ele quer está presente para
reinar.
b) Fundamentado
no amor fraterno (3.17b, 18,19). “arraigados e
alicerçados em amor”. O crente precisa ser
fortalecido para amar. O amor é uma virtude da nova comunidade que Deus está
formando. Para vencermos as diferenças raciais e culturais, precisamos do poder
do Espírito para amar com profundidade (1Co 13.1-3). O amor evidencia nosso
discipulado (Jo 13.34,35). O amor é o cumprimento da lei (1Co 10.4).
c) Compreensão
do amor de Cristo (3.18,19). A ideia central provém de duas
palavras: compreender e conhecer – o
amor de Cristo. A primeira sugere
compreensão intelectual e a segunda refere-se a um conhecimento alcançado pela
experiência. Compreender o amor de Cristo em suas dimensões (3.18) juntamente com
todos os santos – largura + comprimento +
altura + profundidade.
d) Toda
a Plenitude de Deus (v. 19b). Devemos ser cheios da plenitude de
Cristo (1.23), do Pai (3.19) e do Espírito Santo (5.18). Devemos ser santos
como Deus é santo e perfeito como Deus é perfeito (1Pe 1.16; Mt 5.48). Assim,
seremos cheios até o limite, até aquela plenitude de Deus que os seres humanos
são capazes de receber sem deixar de permanecer humanos. Ser semelhante a Cristo
(Rm 8.29; 2Co 3.18). Como orou Jesus: “a fim de que o
amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja”. (Jo 17:26). “Quando tivermos
alcançado a plenitude de Cristo, então, teremos chegado ao limite” (Rev.
Hernandes Dias Lopes).
3.
A
CONCLUSÃO DE PAULO NA ORAÇÃO (3.2,21).
Paulo
conclui essa oração com dois pontos muito importantes para a vida da Igreja:
1ª. A capacidade de Deus de responder às orações
(3.20). “Àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto
pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós”. Deus é poderoso
para responder, pois:
a)
Ele não está ocioso, inativo ou morto;
b)
Escuta a oração e responde;
c)
Pois Ele lê nossos pensamentos;
d)
Sabe tudo e tudo pode realizar;
e)
Pode fazer muito mais do que pedimos ou
pensamos (graça abundante);
f )
Coforme o seu poder que opera em nós –
Deus da superabundância.
2ª.
A doxologia Exalta o Deus que responde às orações (3.21). “A ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por
todas as gerações, para todo o sempre. Amém.”
a)
A Deus toda glória. Ele é o único que
tem o poder para ressuscitar e fazer que nossos anseios se torne realidade – o
poder vem dEle e a glória é dele.
b)
A Igreja deve glorificar a Deus – na
igreja a glória de Deus se manifesta com maior intensidade. Assim, Deus é
glorificado no corpo e na cabeça, na comunidade da paz e no Pacificador por
todas as gerações (na História), para todo o sempre (na eternidade). Vaughan
diz que “nada podemos acrescentar à imagem inerente da glória de Deus, mas
podemos viver de tal modo que nossa vida contribua para que outros também
possam contemplar a sua glória”.
APLICAÇÕES:
1. Orar
com Reverência e de joelhos perante Deus;
2. Orar
pedindo, dentro da vontade de Deus;
3. Orar
sempre glorificando a Deus.
CONCLUSÃO
(William
Hendriksen)
O
verdadeiro idealismo que sempre se
esforça “para encher-se de toda a plenitude de Deus” é, às vezes, a coisa mais prática da terra. Quanto mais o crente é
“radicado e fundamentado em amor”,... tanto mais serão também plenificados do
ardente desejo de falar disso a todo mundo. Assim os pecadores serão ganhos
para Cristo e o Deus Triúno será glorificado.
muito bom, foi benção aprendi uma grande lição.
ResponderExcluirUma boa reflequicição bem feita e uma boa lição
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