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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

SERMÃO EM EFÉSIOS 3.14-21


INTRODUÇÃO: Um dos ministérios mais negligenciado pela igreja de senhor tem sido o ministério de intercessão. Hoje, a maioria dos teólogos tem abandonado a trincheira da oração. Separamos a academia da piedade, a pregação da oração. Precisamos retornar às origens. A igreja de atos dos apóstolos 2.42 era uma igreja perseverante na oração.

ELUCIDAÇÃO: A primeira oração de Paulo, nessa carta, enfatiza a necessidade de iluminação; ela enfatiza a capacitação. A ênfase agora não é no conhecer, mas no ser.
Essa oração é geralmente considerada a mais sublime, a de mais longo alcance e a mais nobre de todas as orações das epistolas paulinas. Essa oração é o ponto culminante da teologia de Paulo. É considerada a oração mais ousada da história. Paulo está preso, algemado, na antessala da morte, no corredor do martírio, com o pé na sepultura e com a cabeça próxima da guilhotina da Roma. Ele tem muitas necessidades físicas e materiais imediatas e urgentes, porém não faz nenhuma espécie de pedido a Deus com relação à essas necessidades.
Os homens podem colocar Paulo atrás das grades, mas não podem enjaular sua alma. Eles podem algemar suas mãos e pés, mas não podem algemar seus lábios. Podem impedir Paulo de viajar, visitar e pregar nas igrejas, mas não podem impedir Paulo de orar pelas igrejas.
Paulo estava na prisão, mas não inativo. Ele estava realizando um poderoso ministério na prisão: o ministério da intercessão.


PAULO ORA EM FAVOR DA IGREJA DE ÉFESO

O que podemos aprender com a oração de Paulo?

1.    ATITUDES DE PAULO NA ORAÇÃO (vv.14,15)
No preâmbulo: John Stott diz que o prelúdio indispensável a toda petição é a revelação da vontade de Deus. Não temos autorização alguma para orar por qualquer coisa que Deus não revelou ser sua vontade. (leitura da Bíblia e oração).
O que aprendemos nessa introdução com o apóstolo Paulo? Três coisas:
a)   Postura de reverência (v. 14). Dobro meus joelhos perante o Pai. Os judeus normalmente oravam em pé, mas Paulo se põe de joelhos. Essa postura só era usada em ocasiões especiais ou em circunstâncias excepcionais (Lc 22.41; At 7.60). (Jesus e Estevão). A posição em si não diz nada, mas sim quem ora de joelhos e a quem. Um santo de joelho enxerga mais longe do que um filósofo na ponta dos pés. “Quando um homem trabalha, o homem trabalha; mas quando o homem ora, Deus trabalha”. (citação do rev. Hernandes Dias).
b)    Motivação de exultação pela obra de Deus na igreja (vv. 14,15). “De quem toma o nome toda família, nos céus e na terra”.
1.    Paulo fala da gloriosa reconciliação (gentios + Deus + judeus = uma igreja, o corpo de Cristo). (Ver Hb 12.22,23).
2.    Paulo se dirige a Deus como nosso Pai = confiança + Intimidade + ousadia + acesso confiante. Russel Shedd diz que “toda a ideia de paternidade se manifesta, tanto no céu como na terra, referindo-se à figura original da paternidade de Deus”. Deus como o Criador de todos. Um Pai nosso o Céu.
c)    Audácia confiante (v. 16). Paulo manifesta o desejo de que Deus atenda às suas súplicas “segundo as riquezas da sua glória” (v. 16). “A glória de Deus não é um atributo de deus, mas o fulgor pleno de todos os atributos de Deus”. Cutis Vaughan diz que o apóstolo tinha em mente os ilimitados recursos que estão disponíveis a Deus. Seus recursos são inesgotáveis.

   2.    O CONTEÚDO DE PAULO NA ORAÇÃO (3.16-19).
As petições de Paulo são como degraus de escada, cada uma delas subindo mais, porém, baseadas todas no que veio antes. O ponto culminante dessa oração está nas palavras do versículo 19: “para que sejais preenchidos de toda a plenitude de Deus. O que Paulo pede a Deus?
a)    Poder interior (vv. 1,17) “... que sejais fortalecidos com o poder do Espírito Santo. E que habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor”. A preocupação de Paulo não é com coisas materiais, mas com as espirituais. Diferente do que vemos na TV e nos shows gospel.
A presença do Espírito na vida é evidência da salvação (Rm 8.9), mas o poder do Espírito é a evidência da capacitação para a vida (At 1.8). Precisamos ser fortalecidos com o poder do Espírito porque somos fracos, porque o diabo é astucioso, porque nosso homem interior (mente, coração, vontade) depende do poder do alto para viver em santidade. Poder do Espírito Santo nos é dado conforme as riquezas da sua glória.
Habitação de Cristo – o cristão é templo do Espírito Santo para que Cristo habite intensamente na sua vida. A palavra grega Katoikéo significa tomar conta de toda a casa, tendo procuração ou autorização completa, de forma a poder fazer limpeza nas despensas se quiser, mudar a mobília como quiser, jogar fora o que quiser. Ele é o dono. (Russell Shedd, em “Tão grande salvação”). Também tem o sentido de sentir-se bem ou sentir-se em casa. Cristo sente-se bem em nosso coração? O coração do crente é o lugar da habitação de Cristo, onde ele quer está presente para reinar.

b)    Fundamentado no amor fraterno (3.17b, 18,19). “arraigados e alicerçados em amor”. O crente precisa ser fortalecido para amar. O amor é uma virtude da nova comunidade que Deus está formando. Para vencermos as diferenças raciais e culturais, precisamos do poder do Espírito para amar com profundidade (1Co 13.1-3). O amor evidencia nosso discipulado (Jo 13.34,35). O amor é o cumprimento da lei (1Co 10.4).

c)    Compreensão do amor de Cristo (3.18,19). A ideia central provém de duas palavras: compreender e conhecer – o amor de Cristo. A primeira sugere compreensão intelectual e a segunda refere-se a um conhecimento alcançado pela experiência. Compreender o amor de Cristo em suas dimensões (3.18) juntamente com todos os santos – largura + comprimento + altura + profundidade.

d)    Toda a Plenitude de Deus (v. 19b). Devemos ser cheios da plenitude de Cristo (1.23), do Pai (3.19) e do Espírito Santo (5.18). Devemos ser santos como Deus é santo e perfeito como Deus é perfeito (1Pe 1.16; Mt 5.48). Assim, seremos cheios até o limite, até aquela plenitude de Deus que os seres humanos são capazes de receber sem deixar de permanecer humanos. Ser semelhante a Cristo (Rm 8.29; 2Co 3.18). Como orou Jesus: a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja”. (Jo 17:26). “Quando tivermos alcançado a plenitude de Cristo, então, teremos chegado ao limite” (Rev. Hernandes Dias Lopes).

    3.    A CONCLUSÃO DE PAULO NA ORAÇÃO (3.2,21).
Paulo conclui essa oração com dois pontos muito importantes para a vida da Igreja:
1ª.  A capacidade de Deus de responder às orações (3.20). “Àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós”. Deus é poderoso para responder, pois:
    a)    Ele não está ocioso, inativo ou morto;
    b)   Escuta a oração e responde;
    c)    Pois Ele lê nossos pensamentos;
    d)   Sabe tudo e tudo pode realizar;
    e)    Pode fazer muito mais do que pedimos ou pensamos (graça abundante);
    f )     Coforme o seu poder que opera em nós – Deus da superabundância.

2ª. A doxologia Exalta o Deus que responde às orações (3.21). “A ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém.”
a)    A Deus toda glória. Ele é o único que tem o poder para ressuscitar e fazer que nossos anseios se torne realidade – o poder vem dEle e a glória é dele.
b)   A Igreja deve glorificar a Deus – na igreja a glória de Deus se manifesta com maior intensidade. Assim, Deus é glorificado no corpo e na cabeça, na comunidade da paz e no Pacificador por todas as gerações (na História), para todo o sempre (na eternidade). Vaughan diz que “nada podemos acrescentar à imagem inerente da glória de Deus, mas podemos viver de tal modo que nossa vida contribua para que outros também possam contemplar a sua glória”.

APLICAÇÕES:
     1.    Orar com Reverência e de joelhos perante Deus;
     2.    Orar pedindo, dentro da vontade de Deus;
     3.    Orar sempre glorificando a Deus.

CONCLUSÃO (William Hendriksen)
O verdadeiro idealismo que sempre se esforça “para encher-se de toda a plenitude de Deus” é, às vezes, a coisa mais prática da terra. Quanto mais o crente é “radicado e fundamentado em amor”,... tanto mais serão também plenificados do ardente desejo de falar disso a todo mundo. Assim os pecadores serão ganhos para Cristo e o Deus Triúno será glorificado.

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