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sábado, 16 de outubro de 2010

CORRENTES DA ÉTICA CRISTÃ:

    O que seria do mundo se não tivéssemos as regras éticas para nos guiar? Mas o que é ética e como podemos escolher uma boa ética para seguirmos? A partir destas questões apresento algumas anotações de aulas do professor de ética do STNe Rev. José Alex.
·           Moral: Costumes e opiniões sobre conduta individual e relacionamentos interpessoais aceitos por um determinado grupo social, étnico ou religioso, seja ele grande ou pequeno.
·           Ética: a reflexão humana sobre o tema, teórica, racional sistemática, uma reflexão que, sem desrespeitar, ignora por princípio ou definição.
A ética (pergunta o que fazer) é prescritiva e a moral (como fazer) descritiva
·           Consciência moral: Conhecer os preceitos morais e a proposta de condita aceita pelos grupos sociais (singular); imoralidade (desobediência aos preceitos, não seguindo os padrões de conduta); amoral (ter os preceitos e padrões como; irrelevantes); moralismo (absolutização e universalização da minha própria moral)
·           Consciência ética: impor-se com a possibilidade da existência de e com a tentativa de encontrar valores e de também tentar viver segundo princípios e padrões de conduta inteiramente calçados de razão.
·           Ética cristã: trabalha basicamente à luz da revelação divina, especial, no que toca as obrigações humanas, individual e coletivamente.
·           Três categorias gerais:
1-    Absoluta: os princípios morais alicerçaram-se em padrões imutáveis (Deus é relevante)
2-   Relativa: Consciência (pessoa, tempo)
3-   Valores: intermediário, não muda rapidamente.
ÉTICA BÍBLICA
Ø Diz respeito: A maneira de vida que a Bíblia prescreve e aprova.
Ø  Atinge: Todo ser, logo, todas as suas faculdades.
Disposição + Ação = Comportamento ético observável.
Coração e Ação = membros do corpo – interior x exterior.
1) Unidade (V.T; N.T) pacto
Argumentos em defesa.
1. Progressividade da revelação
2. A prática dos santos não deve ser considerada como ética bíblica. (Padrões morais só de Cristo)
3. A queda afetou materialmente o conteúdo da ética.
4. Diferença entre permissão X sanção; tolerância X aprovação; especialmente no A.T.
* Os dez mandamentos são o Âmago da ética Bíblica.
2) Conteúdo: (A Bíblia) ( é o que devo fazer)
A soma total dos informes revelatórios exibidos nas escrituras que dizem respeito ao comportamento humano. A Bíblia revela cada situação (2 Tm 3:16).
                                              Pensamento
         Sumário para:              Comportamento
                                             Vida
Bússola, guardiã, guia, exemplo.
3) Motivo: (é o por que fazer) diz onde devemos pisar.
O amor não é a lei; a consciência será desastrosa, pois, “o amor” poderia conter delitos, folhas éticas que não são Bíblicas.
O amor é o comprimento da lei na medida em que exige o assentimento e cumprimento da lei.
O amor impulsiona o comportamento.
* Quem regula a pratica é a lei.
4) Principio (Padrão de Deus).
Semelhança com Deus, obediência aos mandamentos de Deus; deve ser agradável a Deus.
5) Poder
Nas provisões da redenção consumida e aplicada de Cristo.
ABORDAGENS E ALTERNATIVAS ÉTICAS.
1) Antinomismo:
Nesta abordagem não há normas e princípios morais objetivos. O que há é uma decisão de fora intimas sobre o que é bom ou mau.
2) Generalismo:
Há uma norma geral (conteúdo a quebra desta norma pode ocorrer por uma dada circunstancia (um bem maior). Ex: Não mentir, mas se fez pra salvar alguém.
3) Situacionismo:
Há uma norma universal em face das diversas circunstancias; ela excede todas as normas solidas passando a ser única (a norma do Amor)
4) Absolutismo não conflitante:
Existem normas universais que não se conflitam contido se isto ocorrer uma 3ª opção e verificável (perspectiva teista da providencia)
5) Absolutismo ideal:
Difere do não conflitante quando a 3ª opção passa a ser o menor agrave. Agora neste caso o pecado é que força a quebra do principio por isso o principio existe.
6) Hieraquismo:
Nesta procura-se saber qual é a norma de valor intrínseco de valor mais alto (agrado a Deus ou o Homem? Pago a conta ou compro comida?)
Normas éticas ou Fins Éticos?
A norma deve regular o procedimento para atingir os fins desejados. Deve ver equilíbrio.
a) Regra X Resultado
Vale a regra e não o resultado, ainda que se observem algumas regras.
b) Prescritiva X Descritiva e emotiva
Prescreve o comportamento não ficando a mercê de sentimentos.

NORMAS ETICAS OU FINS ETICOS?
A norma deve regular o procedimento para atingir o fim desejado. Deve haver equilíbrio.
a) Regra X Resultado:
Vale a regra e não o resultado, ainda que se observe algumas regras
b) Prescritiva X Descritiva e Emotiva:
Prescreve o comportamento não ficando a mercê de sentimentos.
c) Categoria X Hipotética:
na hipotética contempla apenas a concretização dos fatos e não dos seus valores
d) Princípios, Normas e regras:
Tudo o que postula preceitos morais que funcionam como controlados das ações humanas.
e) Universal X Geral
Na universal não possui exceções alguma, salvo em condições especificas que seria comum a todos os componentes do grupo
Por que devo adotar uma abordagem ética?
1º Por conta da inescapabilidade da norma. Normas prevêem conseqüências (Previsão, Determinação e avaliação)
2º A necessidade das normas: são necessárias por que provem uma orientação apropriada para a vida. Visto que: São racionais, são plenas de conteúdo praticas e objetivos. ( Não tenho como escapar e preciso delas)
Pressupostos fundamentais das escolhas éticas
PADRÕES ÉTICOS
HUMANISTICA
NATURALISTA
RELIGIOSA
CRISTÃ
O ser humano é a medida de todas as coisas.
1º Hedonismo (epicurismo)
2º Utilitarismo: o método sobrepõe o conteúdo.
3º Existencialismo: viver a momento intensivamente.
As leis da natureza regem o curso natural do mundo. Ai esta a base do Darwinismo mesmo e a lei da seleção natural.
A ética é baseada nas divindades logo o conceito de Deus influenciara a ética.
Ela é pressuposicional, revelacional, categorizada e teocêntrica.
Criação, queda, redenção
1º Deus existe, se revela é o centro de todas as coisas.

ANTINOMISMO
Antinomismo- falta de lei, permitindo que cada indivíduo se torne cada diretriz e norma tomando decisões morais sem levar em conta qualquer princípio ou padrão, conduzindo ao libertinismo ou libertinagem. Desta maneira, não há norma alguma ou pelo menos norma objetiva abrindo espaço tanto para subjetividade, quanto para o emotivismo.
Emoção- corpo em movimento.
A proposta do antinomismo, em última instância promoverá:
1-      Relativização da revelação suprema da vontade Deus (Escrituras Sagradas)
2-      Hiper-valorização do homem considerado em plena condição de ter uma consciência sensata.
3-      Concepção metafísica incipiente desconsiderando o fato de que Deus se revela.
4-      Metafísica ontologia- Termo cunhado por Aristóteles buscando a teoria dos primeiros princípios. O teste prático é impossível, pois uma ética baseada na falta de normas hiper valorização de um ser depravado, e negação da existência de Deus é ale de impraticável.
Principais representantes: Soren kierkergaard (1813-1855):
Frase: “o indivíduo é a categoria através da qual esta era toda a história e a raça humana como um todo deve passar”.
“O indivíduo existente particular é a categoria básica”.
“O real é o particular não o universal ou o racional”.
“a essência (o que é pensado e é universal), precede a existência, isto é, o que é concretamente vivido pelo o sujeito particular”.
“O que alguém irá se tornar não é obrigatório, mas deve ser livremente escolhido em um ato incondicional (salto de fé)”
NIETZSCHE:
Para Nietzsche a sua ética esta baseada no valor e relaciona-se com Naturalismo, Niilismo, existencialismo ateu.
“a vida é precisamente o desejo de poder, o fato fundamental de toda história sendo assim, há uma necessidade de uma transvalorização possível apenas para os espíritos livres (super homem), indo além do bem e do mal”.
Nisto esta a nova moralidade, onde incorpora a realização das virtudes naturais da força e do poder passando a existir o tipo nobre de homem, aquele que considera a si mesmo um determinador de valores.

MARTIN HEIGGER (1889 – 1976)
Teoria da realidade, relacionada com fenomenologia existencial, ontologia fenomenológica e ateísta. Ele tem sua preocupação primordial na existência do ser. Neste caso ele observa que para o homem superar a sua realidade caída ou alienada, ele precisa se superar ar recuperando a verdade – o homem não cria o seu mundo, mas dá significado a ele.

EMOTIVISMO ÉTICO
1º) Para ao emotivistas (movimento, lei que determina o que é certo), não existem conceitos éticos salvo aqueles que derivam-se da expressão ou despertamento das emoções, exemplo: “roubar é errado” - Explicação: não há para o emotivista um conteúdo petiço formal nesta expressão; o que ela é, é apenas um veículo pra expressar a atitude ou sentimento com relação ao ato de roubar.
·           Problemas: Relativismo: cada um da o significado – Mudança pessoal: de acordo com as circunstâncias.
1-   Portanto, no emotivismo, não existe verdade ou falsidade (certo ou errado), uma vez que os enunciados éticos não têm importâncias como fatos, expressam apenas sentimentos.
2-   A base filosófica do emotivismo esta no positivismo lógico, que por sua vez surge, do agnosticismo etimológico.
3-   Em função disto, Qualquer alegação de verdade deve advir de uma constatação empírica.

·      PRINCIPAIS REPRESENTANTES:
Alfredo Jones Ayer – humanista britânico, graduado em Oxford, e membro do Círculo de Viena do positivismo lógico. Sua filosofia se resumia a:
1º) As proposições analíticas são explicativas, logo, o sujeito é afirmado pelo predicado (quem dá o significado é o sujeito e não a ação).
2º) Proposições sintéticas somente são verdadeiras se provadas pela experiência. = falso
3º) As proposições não tem significado próprio literal são emotivas. Ayer acreditava que afirmações éticas não são formais nem reais, e sim emotivas. Tais afirmações expressão simplesmente o sentimento de quem fala, tentando persuadir outros a sentir o mesmo. Afirmações éticas são apenas emissoras, portanto inverificáveis, enquanto afirmações sobre sentimentos são verificáveis. Exemplo: “estou entediado”- um suspiro é inverificável.
O emotivismo se mostra incoerente na medida em que se revela contraditório, uma vez que, ele não tem como provar empiricamente se o que afirma se é verdadeiro.

GENERALISMO
Também conhecido como utilitarismo.
Teve seu aperfeiçoamento com Jereny Bertham (1748 – 1841).
Tem como base filosófica o Hendonismo psicológico (homem motivado pelo seu próprio prazer). A natureza colocou o homem sob o governo de dois mestres – a dor e o prazer.
O calculo quantitativo do prazer deve ocorrer a partir dos seguintes itens: Intensidade, duração, certeza, propiquidade, fecundidade e pureza do prazer, tudo aliado ao numero de pessoas que seriam beneficiadas.
Para descobrir o perigo final de tal pensamento usou batentes limitados ou sansões: físicas (natural), política (penas), social (pessoas), religiosas (Deus/ Divindade). Na ética cristã parte do: Principio para o efeito – no utilitarismo efeito para principio.
REPRESENTANTE
*John Stuart Mell – Para ele os prazeres são diferentes nos seus tipos, logo existem os mais altos e os inferiores que serão escolhidos pelo maior numero de pessoas. Este grupo maior dirá o que é ou não superior.
Sendo assim a necessidade de um padrão normativo para a escolha, uma vez que não há como prever as conseqüências do ato. Para ele as normas não devem ser universais e nem são, posto que fugiria do conceito ultilitario. O que seria então prazer para um ser depravado? Como Stuart lida com as exceções:
1º ele reconhece que todo sistema sofre com esse problema.
2º tenha limite para as exceções para que elas não se multipliquem tornando-se regras.
G.R.MOORE: Insistia que os termos éticos são definíveis, estes seriam primários diferentes de outros termos da linguagem – institucionismo ético: é a instrução de que qualquer termo ético é fruto de uma definição ostensiva.
Ele intuía que o afeto pessoal e o aprazimento estético (Belo) são os maiores bens humanos, ou seja, tudo que nega o prazer ao homem não deve ser feito. O referencial não pode ser o prazer, pois o nosso prazer deve ser a lei do Senhor.
SITUACIONISMO
Ø  Joseph Fletcher (10-04-1985), formado em arte e teologia; Pastor professor de ética. Porta-voz influente da ética situacional.
Ø  Tem como pano de fundo Nietzsche
Ø  Contradiz terminantemente as regras morais e as leis universais
Ø  Sugere a quebra dos dez mandamentos, em prol da regra do amor, contudo propõe vários significados a esta palavra e não explica o fato de que, biblicamente, amor é cumprir a Lei;
Ø  Sugestão: “Princípios sim, regras não”
Ø  A norma reguladora passa ser amor
Ø  Se o amor explica tudo, o fim da linha será a irracionalidade
Ø  Para resolver possíveis conflitos propõe uma ética utilitarista do amor, calculando prazer, embora ele mesmo não use este expediente.
Ø  Rejeição da escritura
Ø  Legalismo- Lei sobrepõe o amor
Ø  Antinomismo: Rejeitam inclusive a norma do amor.
Ø  Algumas leis são necessárias contudo podem ser quebradas.
Ø  Pressuposições propostas:
1-      Pragmatismo: Funciona para evidenciar o amor
2-      Relativismo: A partir do amor que é absoluto
3-      Positivismo: potencialidade humana para decidir e estabelecer alvos.
4-      Personalismo: Bondade inerente condiz ao amor ao próximo.

EXPLICAÇÃO AOS PRESSUPOSTOS:
1-      A bondade intrínseca e única do amor
2-      Norma predominante da decisão Cristã
3-      Distribuição da justiça.
4-      Deseja o bem ao próximo a despeito do gosto
5-      Somente os fins justificam os meios
6-        Decisão é situacional e não descrita. - Reprovada!

Absolutismo não conflitante

1ª mundo
2ª mundo
3ª mundo
- o mundo mente
- A mente impõe sobre a realidade exterior o que pode ser conhecido.
- Idealismo subjetivo
- Ceticismo racional
- o mundo fenomenal; o mundo conhecido pela percepção do sentido.
- Empirismo: proposição do conhecimento.
- O mundo monumental, a realidade última
- Deus, Alma, moralidade
- postura pela razão, intuição, misticismo.
- A ética vem deste mundo

ASPECTOS POSITIVOS DO ABSOLUTISMO CONFLITANTE
1-        A tentativa de salvar os absolutos morais
2-      Desejo de conciliar princípios morais conflitantes..
3-      O reconhecimento da necessidade de definições precisas das normas.
ASPECTOS NEGATIVOS:
1-      Aceitação ingênua dois absolutos
2-      Necessidade de mostrar inter-relacionamento dos absolutos;
3-      Conflitos não resolvidos de normas
4-      Falta de reconhecimento da prioridade de algumas normas sobre outras.

Platão – o maior idealizador
Essencialismo ético: Alem de acreditar em absolutos morais, Platão afirmou que eles estão ancorados na natureza imutável da forma. Seu absolutismo moral, o levava a crer no valor dos absolutos morais. Neste ponto, há concordância com a apologética Cristã. Na Espectrologia, além da verdade ser objetiva para Platão também era absoluta, mais uma vez alguns apologista cristãos usam os seus argumentos para os seus absolutos morais (Verdade).

O Seminarista Zé Francisco estuda teologia no STNe, período de 2008 a 2011.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

RESENHA DO LIVRO "ALEGRE-SE OS POVOS

RESENHA
José Francisco do Nascimento

PIPER, John. Alegrem-se os povos – A supremacia de Deus em Missões. Tradução: Rubens Castilho. 1ª ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2001. 254 p.

Numa época em que o conceito sobre supremacia de Deus e soberana graça estão quase se perdendo no meio da grande massa de supostos evangélicos, este livro de John Piper colabora para despertar e até corrigir falhas graves no entendimento da verdadeira motivação que leva o cristão a evangelizar o mundo perdido que carece tanto ouvir a mensagem salvadora de Jesus.
John Piper é doutor em teologia e pastor titular da Bethlehem Baptist Church em Minneapolis, EUA, desde 1980; é um dos mais importantes escritores cristãos da atualidade. Tem escrito numerosos livros que chamam os leitores a difundir a paixão pela supremacia de Deus, em todas as coisas, para a alegria de todas as pessoas.
Nesta obra que contempla cinco capítulos, dividida em duas partes com o tema central sobre a supremacia de Deus em missões ele leva o leitor a reconhecer que Deus é supremo na obra missionária, seja no propósito, poder ou preço. A primeira parte com três capítulos e a segunda com dois, trazendo também um epílogo de Tom Steler no final do livro que enrique ainda mais a obra.
No primeiro capítulo, Piper leva o leitor a compreender que a obra missionária não representa o alvo fundamental da igreja, mas sim a adoração. Sua abordagem sobre a importância da adoração impactua, pois na igreja atual, muitos têm destacado a obra missionária como tarefa primordial da igreja. O autor, por meio de várias referências bíblicas e testemunhos, mostra que Deus é quem faz missões por amor de si mesmo visando tão somente glorificar o seu nome entre todas as nações.
O capítulo dois destaca a forma como se dar a verdadeira adoração, ou seja, “a supremacia de Deus nas missões por intermédio da oração”. Sua reflexão conduz o leitor a pensar em um campo de batalha como sendo um soldado vigilante de Cristo numa guerra constante. De forma concisa ele aborda a oração como o principal instrumento de guerra para vencer com poder e obter a paz. Há uma frase do autor que merece destaque, (p.60) “a oração humilha-nos como necessitados e exalta Deus como todo-suficiente”. Os cristãos atuais precisam voltar sua atenção para a oração e clamor até que Cristo volte. Assim, Deus será mais glorificado e a obra missionária triunfará quando houver mais oração.
O capitulo três aborda a “Supremacia de Deus nas missões por intermédio do sofrimento”. Através de testemunhos extra bíblico ocorrido na história de implantação de missões, como também referendando com exemplos bíblicos, o autor argumenta que a natureza do trabalho missionário exige o morrer por Cristo na tarefa de alcançar o objetivo proposto no coração do Senhor. O autor apresenta verdades sobre as aflições e sofrimentos que enfrentam aqueles que se empenham na obra missionária. Porém, ele lembra             que eles contam sempre com a presença de Jesus até o final. É um trabalho de amor a Deus, que ofereceu seu filho unigênito para sofrer, e até morrer em nosso lugar. Essa abordagem é interessante, pois entendemos que por meio do sofrimento que Deus é glorificado na vida daqueles que enfrentam a própria morte por conhecer a certeza da vida eterna, de gozo e paz. Porém o autor enfatiza com precisão que o mérito não está no sofrer por sofrer e sim em agradar a Deus (Fp 3.8).
A segunda parte trata sobre o “Reconhecimento de que Deus é supremo nas missões”. Trata da necessidade e da natureza da tarefa missionária em dois capítulos. O foco da supremacia de Cristo na consciência da fé salvadora, onde o autor discute por meio de perguntas e comentários sobre a necessidade plena do conhecimento da obra salvífica de Cristo. Piper cita alguns escritores famosos e suas posições  contrárias ao pensamento Reformado. É uma abordagem Exegética sadia, coerente e bíblica, algo nada fácil de ser exposto, aja vista a diversidade de opiniões no mundo contemporâneo-moderno. A pergunta que norteia toda a discussão está baseada em Romanos 10.14: 

“como podem eles crer sem um pregador”? Se a fé vem pelo ouvir a palavra de Deus, é necessário que alguém pregue. Por meio da pregação do evangelho “Deus reunirá todos os eleitos” de todas as tribos, línguas, povos e nações a medida que a obra missionária for acontecendo até a plenitude dos gentios entre todo o Israel seja salvo e o filho do homem desça com poder e grande glória.” (p.176).
No capítulo cinco ele aborda a “Supremacia de Deus entre todas as nações”. Trata-se de uma análise exegética sobre o entendimento dos termos “povo ou povos"? A tarefa é alcançar “pessoas ou nações”? Nesta análise textual da forma grega para a frase da grande comissão de Mt 28.20, “Todas as nações” o autor comenta exaustivamente sobre os termos: "povos alcançados e não-alcançados" para uma melhor compreensão textual. A abordagem leva a uma reflexão sobre a soberania de Deus na obra de missões visando à glorificação do seu Nome por meio da adoração entre todo povo (de Deus) de todas as nações, línguas. Ou seja, Deus está preparando para si um povo de todos os povos que estará apto a adorá-lo com liberdade e admiração superlativa (p. 235)
Algumas considerações breves sobre o conteúdo deste livro se fazem necessário: 1º) sobre a tradução de alguns termos como “paixão” no primeiro capítulo. Cremos, que devido à conotação que esta palavra tem em nosso contexto brasileiro, é um tanto negativo para se aplicar a Deus por está associado a paixão da carne. Porém entendemos que, provavelmente, o termo seja empregado por falta de uma outra palavra que se encaixe melhor. 2) Na análise exaustiva do capítulo cinco, apesar de contribuir para esclarecer e dá maior entendimento, tornar-se enfadonho para o leitor leigo, pois se trata de um livro sobre missões e não de um comentário exegético. Porém isso não tira o brilho do trabalho do autor que muito se esmerou para fazer um estudo minucioso no Velho e Novo testamentos sobre o assunto proposto.
O conteúdo de “Alegre-se os povos” enriquecerá a vida do estudante de teologia no conhecimento e envolvimento em missões. Talvez não seja um livro interessante nas mãos de um leitor leigo por causa conteúdo um tanto acadêmico. Porém pastores, líderes e estudantes de teologia devem, não somente ler, mas também praticar o ensino deste livro por trazer uma mensagem despertadora e atual para a liderança (e Igreja) que necessita tanto desse tipo de literatura.

Apresentada na Disciplina “Teologia de Missões” com o Profº Rev. José Alex Barreto. STNe – Set/2010